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Alimentação em casa registra deflação em 2023, após três anos de alta

A queda nos preços desta categoria beneficia principalmente os mais pobres. Óleo de soja, frango em pedaços e carnes foram os produtos que mais baratearam

(Foto: REUTERS/Adriano Machado | Tânia Rêgo/Agência Brasil | Freepik)

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247 - Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta quinta-feira (11), que apontam que a inflação fechou o ano de 2023 em 4,62%, abaixo do teto da meta estabelecido pelo Banco Central (BC), revelam que os alimentos no domicílio tiveram deflação em 2023 após registrarem alta por três anos consecutivos. A deflação neste segmento beneficia diretamente a população mais pobre e representa um ganho político para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que tinha na redução dos preços dos alimentos uma de suas bandeiras de campanha.

O grupo de Alimentação e Bebidas apresentou uma deflação de 1,03%, impulsionada pela queda nos preços dos alimentos no domicílio. Itens como óleo de soja (-28,00%), frango em pedaços (-10,12%), e carnes (-9,37%) foram os principais contribuintes para essa tendência de queda. O destaque fica para o óleo de soja, que teve preços em declínio em 10 dos 12 meses de 2023.

Comparativamente, os anos anteriores foram marcados por altas expressivas nos preços dos alimentos, com aumentos de 13,21% em 2022, 8,23% em 2021 e 18,16% em 2020. A jornalista Míriam Leitão observa, em em sua coluna no jornal O Globo, que “a super safra de 2023 que foi a responsável pela queda do preço, este ano, não deve se repetir. O ano passado já sofreu algum reflexo dos efeitos climáticos, especialmente as chuvas no Sul. Em 2024, os efeitos do El Nino nas plantações pode atrasar o plantio e a colheita. Então, alguns economistas já projetam que a inflação de alimentos será de 4%”. Segundo o IBGE, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas deve somar 306,5 milhões de toneladas em 2024, recuo de 2,8% frente a 2023 (8,9 milhões de toneladas). 

Ouvido pela reportagem, o economista Ricardo Barboza, pesquisador associado ao FGV Ibre, ressalta que apesar da possibilidade do cenário de deflação não se repete em 2024, "sairíamos de -0,5% para algo em torno de 4,2% na inflação de alimentos, o que ainda é um comportamento benigno, pois é um número abaixo da série histórico, que depois da implantação de regime de metas fica em torno de 7%".

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