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Alívio nos preços e queda do desemprego animam famílias mais pobres, enquanto juros menores puxam otimismo das mais ricas

Ainda assim, a taxa básica de juros permanece nas alturas, no patamar de 13,25% ao ano. Dados são de pesquisa do FGV Ibre

Lula e Fernando Haddad (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

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247 - A perspectiva de crescimento econômico, acompanhada pela redução dos preços e pela criação de oportunidades de emprego, está impulsionando o otimismo dos consumidores de baixa renda no Brasil. Ao mesmo tempo, a diminuição das taxas de juros está animando ainda mais as famílias de maior poder aquisitivo. Essas são as conclusões de uma pesquisa conduzida pelo FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), divulgada pela Folha de S. Paulo, sobre os motivos por trás da recente melhora na confiança das famílias em relação à economia do país.

Este levantamento incluiu perguntas adicionais na pesquisa de opinião do consumidor realizada pelo instituto em agosto. De forma geral, quando questionados sobre os fatores que contribuíram para a melhora de suas expectativas, os entrevistados apontaram principalmente a tendência de queda das taxas de juros (50,6%) e as perspectivas positivas de crescimento econômico (48,4%). No entanto, a pesquisa revela variações significativas de acordo com os níveis de renda. Na faixa de renda mais baixa, conhecida como faixa um (com rendimento familiar mensal de até R$ 2.100), as boas perspectivas de crescimento econômico foram mencionadas por 41,7% dos entrevistados, representando o percentual mais alto neste grupo. Em seguida, apareceram a redução nos preços de produtos de consumo (36%) e a melhora nas expectativas para o mercado de trabalho (35%). Na faixa de renda dois, com rendimento familiar entre R$ 2.100,01 e R$ 4.800, as perspectivas de crescimento econômico também foram a principal razão apontada (49,7%), seguidas pela situação do mercado de trabalho (42,4%) e a redução dos preços (38,6%). Por outro lado, a expectativa de queda das taxas de juros ocupou o primeiro lugar nas respostas tanto na faixa de renda três (57,7%) quanto na faixa quatro (73,6%), que são as camadas mais ricas da população pesquisada. Na faixa três, o rendimento familiar varia entre R$ 4.800,01 e R$ 9.600, enquanto na faixa quatro, o rendimento é ainda mais alto.

A economista Anna Carolina Gouveia, uma das pesquisadoras do FGV Ibre responsáveis pelo levantamento, explica que "as pessoas com renda maior podem comprar bens mais caros, que podem ser parcelados, como um carro ou um imóvel. A taxa de juros está muito embutida nesse tipo de compra. (...) Para o consumidor de renda mais baixa, o principal fator é o crescimento econômico. Isso está muito associado ao alívio recente de preços, que impacta a cesta de consumo, e à melhora gradativa do mercado de trabalho".

Em um momento posterior da pesquisa, os consumidores foram convidados a mencionar apenas um motivo que os deixaria confiantes nos meses seguintes. Dentro deste recorte, o motivo mais citado, considerando todos os entrevistados, estava relacionado à política econômica do governo, com 23,3% das respostas. No entanto, é importante ressaltar que essa avaliação não foi unânime, uma vez que não atingiu um nível de consenso particularmente significativo, como observado no levantamento.

"Há uma convergência para a confiança na política econômica do governo, mas não é um resultado que chama tanta atenção. Foi respondido por pouco mais de 20% dos consumidores. (...) Não é uma porcentagem tão grande, abaixo vêm a expectativa de queda de juros [19,6%] e as boas perspectivas de crescimento econômico [15,8%]", explica a economista.

Ao segmentar os consumidores em grupos, observa-se que a confiança na política econômica do governo foi a alternativa mais mencionada nas faixas de renda dois (20,9%) e três (30,1%). Enquanto isso, o alívio nos preços se destacou como o fator principal (25%) entre os consumidores de menor renda (faixa um). Por outro lado, entre os mais afluentes (faixa quatro), a redução das taxas de juros ganhou maior destaque (30,5%).

A pesquisa realizada em agosto também incluiu uma questão sobre como a perspectiva de redução das taxas de juros nos próximos meses poderia beneficiar a situação financeira das famílias. Nessa questão, os entrevistados tinham a liberdade de selecionar quantas opções desejassem.

A resposta predominantemente escolhida pelos entrevistados indicou que a diminuição das taxas de juros poderia resultar em melhores perspectivas para empregos e salários, devido ao possível aumento dos investimentos por parte das empresas. Esta opção foi assinalada por 61,9% do total de consumidores e foi amplamente aceita em todas as faixas de renda.

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