Bolsonaro sinaliza alinhamento com EUA no 5G e avisa que Brasil não vai comprar a rede mais barata de internet veloz
“Nós vamos atender os requisitos da soberania nacional, da segurança das informações, da segurança de dados, e também a nossa política externa”, disse ele, em sua live, quando também afirmou que nem sempre o produto mais barato é melhor
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira que o recém-criado Ministério das Comunicações irá tocar o leilão da rede 5G no Brasil e afirmou já ter orientado que a discussão precisa levar em conta aspectos da soberania nacional, segurança de informações e dados e também a política externa, além de questões econômicas.
O ministério foi recriado pelo presidente na véspera por meio de uma medida provisória. A pasta, a ser comandada pelo deputado Fábio Faria (PSD-RN), genro do empresário Silvio Santos, dono do SBT, e integrante de partido que recentemente passou a integrar a base de apoio de Bolsonaro no Congresso Nacional, também irá incorporar as funções da agora extinta Secretaria Especial de Comunicação Social.
“Vamos tentar melhorar as comunicações do governo’, disse o presidente em sua live semanal em sua conta no Facebook.
“Temos pela frente a questão do 5G, que nós já sabemos, houve uma orientação minha de como proceder nessa questão. E nós, pode ter certeza, faremos o melhor negócio, levando em conta vários aspectos. Não apenas o econômico —às vezes o mais barato não quer dizer que seja o melhor e nem sempre o mais caro pode ser o melhor, também”, afirmou.
“Nós vamos atender os requisitos da soberania nacional, da segurança das informações, da segurança de dados, e também a nossa política externa”, acrescentou.
Há expectativa que a Huawei assuma papel fundamental na implementação da próxima geração de rede de alta velocidade na América Latina, apesar dos esforços dos Estados Unidos para conter o avanço da gigante chinesa.
A administração norte-americana já enviou recados alertando para possíveis impedimentos no fortalecimento da cooperação nas áreas de defesa e inteligência com o Brasil caso a empresa chinesa entre no mercado de 5G do país.
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que afirma estar “monitorando atentamente” os efeitos da pandemia de coronavírus, já admitiu a possibilidade de atrasos no cronograma do leilão de 5G por conta das medidas de distanciamento social para conter a disseminação do novo coronavírus.
Mesmo antes da Covid-19, o aguardado leilão do espectro de 5G tinha sido adiado em relação à data inicialmente prevista de março de 2020, dada a necessidade de investigar melhor possíveis interferências com outros sinais.
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