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    Cesta básica consome 59% do salário mínimo

    A informação é da RBA. O Dieese também calculou em R$ 6,3 mil o mínimo necessário para gastos básicos de uma família de quatro pessoas, 5,28 vezes o mínimo atual (R$ 1.212)

    Cesta básica (Foto: Divulgação)

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    Por Tiago Pereira, da RBA - Assim como no mês anterior, os preços da cesta básica voltaram a subir em todas as 17 capitais pesquisadas pelo Dieese. As maiores altas, em março, foram registradas no Rio de Janeiro (7,65%), Curitiba (7,46%), São Paulo (6,36%) e Campo Grande (5,51%). Em 12 meses, todas as capitais também tiveram aumento nos preços. São Paulo tem a cesta mais cara do país, cotada a R$ 761,19, com aumento de 6,36%. Entre os alimentos, o destaque ficou para o quilo do tomate, com alta de 57,73% em Curitiba, com elevação em outras 15 cidades.

    Logo atrás da capital paulista, Rio de Janeiro (R$ 750,71), Florianópolis (R$ 745,47) e Porto Alegre (R$ 734,28) têm as cestas mais caras do país. Nas capitais do Norte e Nordeste, onde a composição da cesta é diferente das demais, Aracaju (R$ 524,99), Salvador (R$ 560,39) e Recife (R$ 561,57) ficaram com os menores valores.

    De março de 2022 a março deste ano, Campo Grande registrou a maior variação no preço da cesta básica, com alta de 29,44%, seguido por Aracaju, onde o aumento registrado foi de 11,99%. 

    Por produto

    O tomate também teve altas expressivas em Campo Grande (51,74%), Rio de Janeiro (47,31%), Florianópolis (36,24%) e São Paulo (35,36%). Apenas Aracajú registrou queda, de -2,52%. De acordo com o Dieese, o menor volume de tomates ofertados, com a aproximação do final da safra de verão, provocou o aumento.

    O feijão, o óleo de soja e o pão francês também subiram em todas as capitais. O preço do feijão carioquinha aumentou 14,78%, em Belo Horizonte. Já o feijão preto registrou alta de 6,80%, em Vitória. A alta do carioquinha se deve à redução da área plantada. Já a do feijão preto se deu em função do aumento da procura.

    Salvador ficou com a maior alta do óleo de soja, com aumento de 15,89%. A elevação está relacionada com a alta do petróleo no mercado internacional, segundo o Dieese, já que a soja também é utilizada para a fabricação de biocombustíveis. Além disso, aumentou a demanda externa pelo produto, devido à redução da produção de óleo de girassol na Ucrânia e de óleo de palma na Indonésia.

    Da mesma maneira, o aumento do pãozinho também está relacionada com a guerra entre Rússia e Ucrânia, já que ambos são os maiores produtores mundiais de trigo. As maiores altas foram observadas em Aracaju (6,63%), Goiânia (6,36%), Porto Alegre (6,13%) e Natal (5,87%). A farinha de trigo apresentou elevações expressivas em Vitória (9,30%), Campo Grande (8,90%), Goiânia (5,75%), e Porto Alegre (5,30%).

    Além disso, o leite ficou mais caro em Belo Horizonte (13,09%), Porto Alegre (9,84%), Vitória, e outras 13 capitais. Do mesmo modo, a manteiga subiu em Belo Horizonte (5,19%), Goiânia (4,41%), Curitiba (3,83%) e outras 12 cidades. Por fim, o preço do quilo do açúcar aumento em 15 capitais, por causa da entressafra de cana que reduziu a oferta.

    Salário mínimo necessário

    Em março deste ano, o brasileiro que ganha um salário mínimo precisou trabalhar, em média, 114 horas e 11 minutos, para adquirir os produtos da cesta básica. Na comparação com o ano passado, foram necessárias quase 5 horas a mais de trabalho para adquirir os mesmos produtos.

    Com base no aumento do custo de vida, o Dieese calculou em R$ 6.394,76 o salário mínimo necessário para as despesas básicas de uma família com quatro integrantes. Ou seja, 5,28 vezes o mínimo atual, fixado em R$ 1.212,00. Esse cálculo leva em conta a cesta básica mais cara do país, a paulistana, nesse caso.

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