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Cúpula do PT cobra 'demissão urgente' de Campos Neto da presidência do Banco Central

Decisão do Copom de manter a Selic em 13,75% provocou revolta. Mandato do presidente do BC vai até 2024 e uma eventual demissão depende do aval do Senado

Roberto Campos Neto e Banco Central (Foto: ABr)

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247 - A manutenção da taxa de juros básica (Selic) em 13,75% ao ano, anunciada na quarta-feira (3) pelo Comitê de Política Monetária (Copom), levou a cúpula do PT a pedir a ‘demissão urgente’ do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto. 

“De onde menos se espera, é que não sai nada mesmo! Como previsto, o Banco Central manteve a taxa de juros em 13,75%. Por pura teimosia, Roberto Campos Neto engessa nossa economia, prejudicando trabalhadores e empresários. O Brasil precisa urgente de um novo presidente no BC!”, escreveu nas redes sociais o deputado federal por São Paulo e secretário de comunicação do PT, Jilmar Tatto.

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A presidente nacional do partido, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), também questionou o que chamou de "negacionismo econômico" de Campos Neto. "Quanto já custou ao país o negacionismo econômico de Campos Neto? Quantos empregos, empresas falidas, famílias destruídas? A vacina sempre esteve ao alcance do Copom,  mas insistem nos juros genocidas. Até qdo ficarão impunes?", escreveu a parlamentar no Twitter. 

O deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) endossou as críticas contra o presidente do BC e afirmou que o atual patamar de juros, um dos mais altos do mundo, tem como objetivo “enriquecer a elite e sabotar o governo Lula”. “Como o povo vai ter paciência com fome, dívidas e falindo? A decisão do bolsonarista Campos Neto só tem dois objetivos: enriquecer a elite e sabotar o governo Lula. Não vamos aceitar!”, postou.

Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, defendeu que o Senado convoque o presidente do BC para explicar as razões da manutenção do atual patamar da Selic. 

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“Quem tem mandato pode perder. O Senado tem que assumir a responsabilidade e pode muito bem convocá-lo”, disse o ministro. “Não é possível que o presidente do Banco Central não tenha nenhum órgão de controle ao qual obedeça. O Copom é um ser invisível? Não tem de dar satisfação para ninguém?”, completou. 

As críticas ao atual patamar da taxa de juros se devem ao encarecimento do custo do crédito, que dificulta o consumo. Quando os juros sobem, as pessoas têm menos dinheiro para consumir e, por consequência, os preços param de aumentar. Mas, no contexto atual, a demanda brasileira não está alta por conta do desemprego e da informalidade, dois índices que aumentaram nos governos Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL). Como a demanda está baixa, não faz sentido ter o controle de preços como justificativa para a alta da Selic. As críticas vão no sentido de que o povo precisa de crédito e emprego formal para o crescimento econômico. 

No primeiro trimestre, a taxa de informalidade ficou em 39% dos ocupados – 38,1 milhões de pessoas, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada pelo pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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