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Futuro presidente do IBGE, Pochmann critica autonomia do Banco Central e privatização da Eletrobrás

Economista disse que "a taxa de juros hoje praticada é contra o país", tratou o BC como "caixa-preta" e afirmou que há motivos para questionar a privatização da Eletrobrás

Marcio Pochmann (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247)

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247 - O economista Marcio Pochmann, futuro presidente do IBGE, enfatizou - em live exibida neste sábado (29) - a importância de revisar a autonomia do Banco Central e expressou críticas em relação à privatização da Eletrobrás. Durante uma entrevista promovida pelo Grupo Prerrogativas, Pochmann apontou a atuação do Congresso Nacional, sugerindo que a atual legislatura não representa adequadamente a base da pirâmide social. Ele considera o BC como uma "caixa-preta" que toma decisões políticas.

“Dizia-se que, se reduzissem direitos, o emprego cresceria. Valeria a pena agora um debate no Congresso: ‘olha, nós tentamos fazer aqui, reduzir, mas não melhorou. Então podemos voltar atrás”, disse.

Ele ainda disse não haver explicações para o patamar atual da taxa básica de juros (Selic). "Não há justificativa teórica, a não ser uma espécie de postura até mesmo política que faz questionar até que ponto a direção do Banco Central, especialmente o seu presidente, estão associados ao que aconteceu nas eleições de 2018. (...) A taxa de juros hoje praticada é contra o país. O Congresso Nacional deveria estar mais atento a isso, fazer um bom debate. É uma direção que não consegue entregar as metas pelas quais a inflação deveria estar operando. (...) O Banco Central é uma caixa preta. Não há transparência, informações. A gente não sabe, por exemplo, dados de quem são os detentores da dívida pública do Brasil".

Pochmann também avaliou que o presidente Lula (PT) está correto ao criticar a privatização da Eletrobrás e disse que há “elementos consistentes" para o questionamento da privatização da companhia. “O presidente pode exercer a sua ação e reivindicar na Justiça, mas em algum momento ele precisa do Parlamento. É uma operação muito complexa. Olhando a experiência internacional, vários países e cidades voltaram a estatizar, especialmente energia, saneamento e água, porque os resultados após anos de privatização não foram os esperados”.

A nomeação de Pochmann para liderar o IBGE gerou uma onda de críticas infundadas por parte da mídia corporativa. A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), tentou acalmar as tensões, alegando que a substituição havia sido planejada com antecedência.

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