Petrobrás anuncia investimento de R$ 10 bilhões em refinaria de Minas Gerais
"Governo novo, vida nova, Petrobrás voltando, Ministério de Minas e Energia com força, com planejamento", disse o presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates
Sputnik - O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates, anunciaram, nesta segunda-feira (30), um investimentos de US$ 2,6 bilhões, cerca de R$ 15 bilhões, no setor energético de Minas Gerais, dos quais R$ 10 bilhões deverão ser aplicados na Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim.
A iniciativa representa uma mudança nas ações do governo federal, que sob o comando anterior de Jair Bolsonaro (PL) realizou desinvestimentos e a privatização de três refinarias da Petrobrás: a Rlam (Refinaria Landulpho Alves), atual Refinaria Mataripe, a Reman (Refinaria Isaac Sabbá), que agora se chama Refinaria da Amazônia e a Refinaria Potiguar Clara Camarão (RPCC).
Todas, atualmente, vem realizando aumentos superiores aos da Petrobras nos preços de seus combustíveis.
De acordo com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, um dos motivos do investimento bilionário na refinaria é diminuir ainda mais o "Custo Brasil". Nos anos passados, disse Silveira, o preço dos combustíveis sofria uma "volatilidade diária" devido à política de preços internacionais. "Acabamos com a volatilidade quase que diária de preço", afirmou.
"O motorista do frete saía de uma fábrica e, quando chegava no ponto final, ele já não sabia mais se tinha tido rentabilidade no seu frete."
Com o aumento da participação da Petrobrás no mercado, e com o "abrasileiramento" do preço pela estatal, sublinhou o ministro, o preço final do combustível é, em média, 30% mais barato do que no governo anterior.
"Estamos achatando o Custo Brasil, melhorando a competitividade, melhorando para consumidor, para aquele que vai à bomba de gasolina para abastecer o seu carro, para o caminhoneiro abastecer o seu diesel para fazer o frete e transportar em especial alimentos."
Governo novo, vida nova- O investimento na Regap, dividido em duas fases com final estimado para 2027, vai elevar a capacidade de refino do complexo de 170 mil barris por dia para 240 mil.
Vittorio Medioli, prefeito de Betim, cidade onde fica localizada a refinaria, destacou a importância do investimento, afirmando que vai recuperar a capacidade de produção da indústria.
"Vai repor uma perda de importância que a refinaria tinha, ela já representou 25% de todo o refino no Brasil e tinha caído para insignificantes 3% ou 4%", afirmou Medioli.
Além da expansão do potencial de refino, o presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates, anunciou também a instalação de uma usinar solar dentro da própria refinaria, de modo a prover cerca de 11 megawatts de energia para a Regap, cerca de 80% das necessidades energéticas do parque industrial, segundo o presidente da Petrobras.
"Dentro da ótica de descarbonizar as atividades de petróleo, nos vamos ter uma usina solar na Regap."
Investimento injetará vitalidade na economia mineira - As autoridades destacaram os benefícios que o investimento vai trazer para a economia regional de Minas Gerais, desde arrecadação de impostos e o fomento de outras atividades, como fornecedores e serviços. A Petrobrás, ressaltou Prates, possui uma "importância para Minas que as vezes Minas pouco conhece também".
"Apesar das pessoas mais desavisadas poderem achar que Minas não tem nem litoral e por isso não tem exploração de petróleo, mas a indústria mineira é muito importante para o setor do petróleo. Nós usamos minerais, nós precisamos de poço, de serviços e da siderurgia", afirmou Prates.
Com um faturamento bruto aproximado de R$ 50 bilhões em 2022, a Regap ficou acima de indústrias tradicionais de Minas, como Fiat e do que a Vale, destacou Prates. "O reverso também vale. A nossa refinaria em Betim recolhe mais imposto do que Fiat e mais do que a própria Vale."
"Então essa reciprocidade é que hoje vem aqui, governo novo, vida nova, Petrobrás voltando, Ministério de Minas e Energia com força, com planejamento", resumiu Prates sobre o retorno dos investimentos federais na Petrobrás.
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