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    Governo Lula vai pagar dívida de R$ 2,6 bi deixada por Bolsonaro junto a organismos multilaterais

    Ministério do Planejamento informou que R$ 480 milhões de reais serão pagos neste mês e o restante dos débitos serão quitados ao longo do ano

    Bolsonaro, ONU e Lula (Foto: Anderson Riedel/PR | Reuters | Ricardo Stuckert)

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    Reuters - O governo vai pagar dívidas pendentes de 2,6 bilhões de reais a organizações multilaterais em 2023, uma forma de reforçar seu compromisso com fóruns globais, disse o Ministério do Planejamento nesta quinta-feira.

    O valor corresponde a dívidas com “diversas entidades” herdadas do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai pagar.

    Lula tem procurado restaurar a presença internacional do Brasil e reposicionar o país para atrair investimentos, principalmente com a  retomada de um papel ativo no combate às mudanças climáticas e na defesa dos direitos humanos.

    O ministério disse que 480 milhões de reais serão pagos neste mês. As principais dívidas são com a Organização das Nações Unidas (58,8 milhões de dólares) e por missões de paz da ONU (264 milhões de reais).

    O Brasil também está com pagamentos atrasados com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o que poderia ameaçar seu processo de adesão ao clube dos países ricos com sede em Paris.

    O jornal Valor Econômico informou nesta quinta-feira que o governo brasileiro tem até o próximo mês para pagar 5,1 milhões de euros devidos à OCDE para cobrir despesas de viagem, estudos e outras despesas relacionadas à sua candidatura para ingressar na organização.

    BID

    Na busca de destacar o alinhamento do país às agendas globais, o Ministério do Planejamento comparecerá com uma grande delegação à reunião anual do conselho de diretores do Banco Interamericano de Desenvolvimento, a primeira sob o comando do presidente brasileiro Ilan Goldfajn, que acontecerá a partir de sexta-feira na Cidade do Panamá.   

    A ministra do Planejamento e diretora do Brasil no conselho, Simone Tebet, participará de uma série de encontros bilaterais com representantes de países como Estados Unidos, México, Espanha, Alemanha, Uruguai, França e Argentina, nos quais buscará enfatizar a agenda do novo governo, a prioridade às questões ambientais e o compromisso com a integração regional, disse o ministério. 

    De todos os bancos multilaterais, o BID é aquele com quem o Brasil mantém sua maior carteira, de cerca de 16,2 bilhões de dólares. A carteira com o Banco Mundial, que é o segundo maior, é de 9 bilhões de dólares.    Portanto, há grande interesse em aprovar o novo modelo de negócios do BID Invest, instituição de investimento independente afiliada ao BID que será objeto de votação neste fim de semana, com a expectativa de que o banco assuma mais riscos e alavanque mais recursos de terceiros. 

    Isso deve abrir caminho para uma futura capitalização do BID, cujo tamanho ainda é debatido, mas já é visto positivamente pelo Brasil. Segundo o ministério, o país deve contribuir para manter sua participação de 11% no banco. 

    O governo federal estima que, para cada dólar que o país investiu no BID Invest, recebeu 33 dólares em projetos, um retorno visto como bastante favorável, afirmou o ministério.

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