Lava Jato poupou donos e executivos da Odebrecht para arrancar delação
O novo capítulo da Vaza Jato revela que o dono da empreiteira Odebrecht, Emílio, foi poupado de medidas mais duras, como a obrigação de se desfazer do controle, para que os procuradores conseguissem fechar acordos de delação premiada com executivos da empresa. Em outro ponto polêmico, a empresa foi autorizada a pagar as multas de seus delatores premiados
247 – O novo capítulo da Vaza Jato, trazido pelos jornalistas Ricardo Balthazar e Paula Bianchi, em reportagem publicada na Folha, revela bastidores da negociação em torno da delação premiada da Odebrecht. "Procuradores da Operação Lava Jato pouparam a Odebrecht e seus principais executivos de medidas drásticas cogitadas durante as negociações do acordo bilionário que assegurou a cooperação da empresa com as investigações a partir de 2016", aponta a reportagem.
"Os investigadores também discutiram a possibilidade de impedir a Odebrecht de pagar os advogados dos delatores e se responsabilizar pelas multas impostas aos executivos, para evitar que preservassem o patrimônio acumulado quando estavam envolvidos com a corrupção na empresa", apontam ainda os jornalistas. Segundo eles, os procuradores deixaram de lado essas medidas com o avanço das negociações, para não inviabilizar o acordo com a Odebrecht, que era um dos maiores grupos empresariais do país e entrou em crise quando foi atingido pela Lava Jato."
Em junho de 2016, Deltan e outros dois procuradores sugeriram aos colegas que a empresa fosse impedida de assumir as multas. “Executivos devem arcar, na minha opinião”, disse no Telegram. Ele propôs que a empresa fosse punida com a rescisão do acordo se pagasse as penalidades dos executivos. No entanto, prevaleceu a segunda opção: a empresa pagou as multas de seus delatores premiados.
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