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Lula critica alta dos juros e a 'negação do Estado': "quando os bancos quebraram, quem salvou? O Estado"

Em encontro com reitores, presidente afirmou que o mercado não dá destaque à questão social e que o Brasil tem uma dívida com seu povo

Lula durante encontro com reitores de universidades (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil | Reuters)

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247 - O presidente Lula (PT), durante o encontro com reitores de universidades nesta quinta-feira (19), questionou a alta taxa básica de juros brasileira e a desconfiança do mercado quando o governo indica que investirá na área social.

“Qual é a explicação da gente ter um juro de 13,5% hoje? O Banco Central é independente, a gente poderia nem ter juro. A inflação está em 7,5%, por que o juro está 13,5%? Qual é a lógica? Qual é a lógica da desconfiança que o mercado tem de tudo que a gente fala de investimento?", disse Lula.

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O chefe do Executivo brasileiro afirmou que o mercado não dá destaque para a questão social, deixando com que a população pobre morra sem receber "uma voz de alento". Ele também criticou a "negação do Estado". "Eu não vejo essa gente falar uma vez em dívida social. Nós temos uma dívida social de 500 anos com esse povo, é uma dívida milenar quase. As pessoas nascem pobres, ficam adultas pobres, as pessoas morrem pobres, seu filho nasce pobre, morre pobre e a gente não tem uma voz de alento para essas pessoas? Quem tem que estender a mão para essa pessoa é o Estado".

"Nós vimos o papel do Estado quando quebrou o Lehman Brothers em 2008. Quem salvou o sistema financeiro? O Estado. Quando aqui os bancos quebraram, quem salvou? O Estado. Agora que veio a pandemia, quem salvou? O Estado. Então é preciso que a gente não aceite a negação do Estado. O Estado é importante, porque pode ser o regulador da justiça social nesse país", acrescentou.

Lula também fez menção à injustiça na atual política tributária do Brasil: "o que é preciso é a gente distribuir os recursos da forma mais correta para quem mais precisa. O que precisa é a gente ter uma reforma para que quem ganhe mais pague mais e quem ganhe menos pague menos. Não é possível que uma pessoa que ganhe R$ 5 mil pague proporcionalmente mais do que um cara que ganha R$ 100 mil. É uma política tributária ao inverso"

"E nós precisamos da ajuda de vocês porque nós vamos precisar aprovar isso no Congresso Nacional. E a gente vai ter que contar com pessoas que a gente não gosta, com pessoas que não gostam de nós, que são ideologicamente diferentes, mas a gente tem que conversar”, concluiu o presidente.

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