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Lula fala em "nova estrutura sindical", direitos trabalhistas em uma "economia diferente" e promete mudar o IR

"Vamos mudar a lógica, diminuir para o pobre e aumentar para o rico", afirmou o presidente sobre mudanças no Imposto de Renda

Lula (Foto: Reprodução)

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247 - O presidente Lula (PT) se reuniu nesta quarta-feira (18) com sindicalistas, que reivindicam um aumento do salário mínimo. No evento, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, anunciou a criação de três grupos de trabalho que discutirão uma regra fixa para reajuste do salário mínimo, mudanças na legislação trabalhista e novas regras para a negociação coletiva entre trabalhadores e empresas. 

O presidente falou em "construir uma nova estrutura sindical", garantir a trabalhadores direitos e seguridade em uma "economia diferente" e prometeu levar adiante os planos de mudança no Imposto de Renda.

Lula afirmou que não pretende retomar a legislação trabalhista do século passado, mas disse ser preciso estabelecer uma "nova relação entre capital e trabalho". "Queremos construir uma nova estrutura sindical. Queremos construir os novos direitos que nós queremos constituir em uma economia totalmente diferente da economia dos anos 80. O mundo do trabalho mudou muito, cresceu o trabalho avulso, o bico. Nós não queremos que o trabalhador seja um eterno fazedor de bico. Queremos que o trabalhador tenha direitos garantidos e que ele tenha um sistema de seguridade social que o proteja no momento de desgraça, que acontece. Ao invés de fazer por Medida Provisória apenas, por uma vontade do presidente da República, nós vamos ter que construir. Se a gente construir junto fica mais difícil desmanchar".

"Estou sentindo que vocês estão com sede de democracia, de participação. Vocês sabem que a gente não pode fazer tudo de uma única vez. Nosso lema é união e reconstrução desse país. Nós pegamos esse país semidestruído. A massa salarial caiu muito, do setor público e do setor privado. E inventaram a carteira profissional verde e amarela, que não serviu para nada. Criaram o trabalho intermitente, que não serviu para nada. E desmontaram todo o conjunto de direitos que a classe trabalhadora tinha conseguido construir desde 1943. Ninguém quer voltar a construir a estrutura sindical tal como era, a pessoa sabe que tem que ter mudança, é preciso a gente se modernizar e se reinventar na construção de uma nova relação entre capital e trabalho. É por isso que nós vamos criar uma comissão de negociação com os sindicatos, com o governo e com os empresários para a gente acabar com essa história de que o trabalhador trabalhar em aplicativo é um microempreendedor. Ele percebe que não é um microempreendedor quando ele se machuca, fica doente, quando quebra a moto, o carro. Ele começa a perceber que não tem nenhum sistema de seguridade social que garanta a ele em um momento de infortúnio", completou.

Sobre o Imposto de Renda, Lula afirmou ser possível garantir a isenção de quem ganha até R$ 5 mil se a compensação for feita aumentando a contribuição dos mais ricos. "Nesse país quem paga Imposto de Renda de verdade é quem tem holerite de pagamento, porque é descontado no pagamento e a gente não tem como pagar. A verdade é que o pobre hoje, que ganha R$ 3 mil, proporcionalmente paga mais que alguém que ganha R$ 100 mil. Quem ganha muito paga pouco, porque quem ganha muito recebe como dividendo para pagar pouco Imposto de Renda. Somente o trabalhador, que trabalha o mês inteiro, faz 30 horas extras para tirar o dinheiro do aluguel, chega na hora do pagamento e o Imposto de Renda comeu. Meus companheiros sabem que eu tenho uma briga com economistas do PT que é o seguinte: o pessoal fala que se a gente fizer isenção até R$ 5 mil, 60% da arrecadação desse país é das pessoas que ganham até R$ 6 mil. Ora, então vamos mudar a lógica, diminuir para o pobre e aumentar para o rico".

O presidente elogiou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), por falar de sua intenção de promover a reforma tributária já no primeiro semestre deste ano. "Gostei do Haddad dar uma declaração de que nós vamos fazer a reforma tributária no primeiro semestre. Para isso é preciso muita discussão e é preciso que vocês aprendam a fazer muita pressão, se não a gente não ganha isso. É exatamente porque o Lula é presidente que vocês têm que fazer pressão. Com outro presidente vocês não conseguem fazer pressão porque a borracha bate muito forte".

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