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Lula volta a criticar Campos Neto por conta dos juros: "a quem que esse cidadão está servindo?"

Lula afirmou que o presidente do Banco Central "não entende absolutamente nada de país", já que mantém a Selic em 13,75% ao ano e beneficia apenas o mercado financeiro

Roberto Campos Neto e Lula (Foto: Isac Nóbrega/PR | Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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247 - O presidente Lula (PT) voltou a fazer duras críticas ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, nesta quinta-feira (29), durante entrevista à Rádio Gaúcha, ao afirmar que o chefe do BC "não entende absolutamente nada de país" e que somente favorece o mercado financeiro mantendo a taxa básica de juros, a Selic, em 13,75% ao ano. 

"O Senado tem responsabilidade porque foi o Senado que aceitou a indicação do ex-presidente e indicou o presidente do Banco Central. Quando era o presidente que indicava, o presidente que tirava ou colocava. O Fernando Henrique Cardoso tirou dois ou três presidentes. Agora você tem um cidadão que parece que não entende absolutamente nada de país, não entende nada de povo, não tem sentimento com o sofrimento do povo, e mantém uma taxa de juros para atender aos interesses de quem? A quem que esse cidadão está servindo nesse momento? Essa é a questão. Não é o Lula, não é o presidente, é o povo brasileiro, os sindicatos, os empresários da indústria, do comércio, do turismo, do varejo, os agricultores do Brasil inteiro são contra a taxa de juros. Então esse cidadão vai ter que pensar e o Senado vai ter que saber como lida com ele", declarou.

O presidente afirmou novamente que "não há explicação" para o patamar atual dos juros no Brasil. "O Senado, quando aprovou a autonomia do Banco Central, estabeleceu alguns critérios para que o Banco Central seja autônomo. Um deles é cuidar da inflação, outro é cuidar do crescimento e do emprego. E ele até agora tem cuidado pouco, porque ele estabeleceu uma meta que, pelo fato de ele não atingir, ele aumentou os juros de forma exagerada. Não existe hoje nenhuma explicação econômica, sociológica, filosófica, o que você quiser, para que a taxa de juros esteja a 13,75%, porque nós não temos inflação de demanda. Se aumentava os juros quando você tinha uma demanda crescendo e precisava reduzir a demanda. O Meirelles cansou de fazer isso".

"É um equívoco. Não tem um setor da economia, a não ser o setor financeiro, não tem um setor da economia, seja das grandes, pequenas ou médias empresas, pequenos varejistas, grande varejistas; ou seja, todo mundo contra esse absurdo dessa taxa de juros. Ninguém pode captar dinheiro para investir a 14%, 15%, 16% de juros. As pessoas vão quebrar. Então é preciso reduzir a taxa de juros para que ela fique compatível inclusive com a inflação. Se a inflação em 12 meses está em menos de 5%, por que a taxa de juros tem que estar nesse nível? Qual é a explicação? Não existe", completou.

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