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    "Lulinha e Geraldo Paz e Amor" retomam diálogo com grandes empresários

    Em evento Esfera Brasil, do empresário João Camargo, Lula, Alckmin e o coordenador do plano de governo, Aloizio Mercadante, falaram para um grupo de empresários

    (Foto: Divulgação/Esfera)

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    Do boletim Esfera Report - A Esfera Brasil, do empresário João Camargo, recebeu, nesta terça-feira, 27, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para um encontro com o empresariado brasileiro. Lula chegou ao evento acompanhado de Geraldo Alckmin (PSB), Aloizio Mercadante (PT), Gleisi Hoffmann (PT), sua esposa Janja e uma série de personalidades.

    Como o principal responsável pelo plano de governo de Lula, Aloizio Mercadante abriu o evento lembrando que Lula foi o Presidente mais bem avaliado da história e diz ter recebido uma série de propostas para a formulação do plano.

    Um nome lembrado em todas as falas, mas, em especial, na fala de Mercadante, foi o de Fernando Henrique Cardoso. Mercadante reconheceu a contribuição de FHC ao país e disse que o PT deu continuidade ao projeto iniciado pelo tucano.

    Educação e Meio Ambiente

    Os temas tratados por Mercadante como prioritários e quando refletiu sobre o papel do Estado na economia não negou a importância do investimento privado, mas ressaltou a importância do investimento público.

    Sobre os bancos públicos, Mercadante afirmou que o BNDES precisa voltar a ser um banco capaz de retomar os investimentos, lembrando a necessidade de ceder protagonismo às micro e pequenas empresas.

    Sobre teto de gastos, apontou que, apesar das cobranças para um posicionamento sobre o tema, já há um rombo no teto de gastos e disse que o Lula foi o Presidente mais responsável do ponto de vista fiscal.

    Geraldo Alckmin deu continuidade ao encontro dando ênfase à necessidade de combater a desigualdade social; disse não ver antagonismo entre economia e social e ressaltou a importância do consumo para alavancar a economia. Falou em reforma tributária, desburocratização e fortalecimento do salário-mínimo.

    O ex-governador lembrou o ganho real de salário-mínimo durante os governos de Lula, sem deixar de lembrar o ganho real do salário-mínimo conquistado nos governos FHC. Comparou com a situação atual, em que há perda real do salário-mínimo.

    Lula inovou e deu um novo tom ao encontro da Esfera Brasil. Pediu para que, antes da sua fala, alguns empresários manifestassem suas opiniões e dissessem o que esperam para o Brasil. "Quem sabe a gente tenha que aprender um pouco também", afirmou.

    As demandas do empresariado concentravam-se nos temas da Reforma Tributária, manutenção de conquistas anteriores, combate à desindustrialização, segurança jurídica e cumprimento de acordos.

    Lula ouviu atenciosamente todas as súplicas e lamentou a derrocada de setores da indústria nacional. Ressaltou que, em seu governo, ouvirá os empresários e fará um trabalho articulado com o setor.

    Sobre a independência do Banco Central, Lula afirmou ter garantido autonomia a Meirelles em sua gestão, com a contrapartida de que o economista ouviria todos os interesses envolvidos. Ainda sobre o tema, disse que é importante controlar a inflação, mas também garantir empregabilidade e o crescimento econômico.

    Teto de Gastos

    Lula afirmou ser contrário à limitação, mas comprometido com superávit primário. Disse não ver problema nenhum em o Estado se endividar para trazer investimento ao país. Disse que educação, por exemplo, não é gasto; que isso não pode ser encarado como dívida.

    "Eu e esse moço aqui", disse apontando para Alckmin, "vamos ganhar as eleições. Estamos juntando nossas experiências e vamos fazer uma revolução nesse país sem dar um tiro"

    O ex-presidente também defendeu que bancos públicos expandam o crédito e invistam em pequenas e médias empresas. "[Em meu governo], vocês viram que a economia cresceu. E cresceu porque nós fizemos bancos públicos financiarem empresas". "Vamos deixar o nosso povo empreender e inventar"

    Em nome do interesse do empresariado, Lula afirmou ser necessário mudar a mentalidade de que pobre não gosta de coisa boa. "O povo precisa ter poder de compra e queremos que vocês sejam parceiros nessa construção", afirmou.

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