Meirelles defende furo no teto de gastos para Lula manter auxílio em R$ 600 e retomar investimentos
"É importante mencionar que existem despesas que podem ser cortadas e é este o ponto importante", disse o ex-ministro
247 - O ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles defendeu nesta sexta-feira (4) que não há outra alternativa ao não ser um furo no teto de gastos para 2023 através da PEC da transição.
Presidente do Banco Central nos governos Lula e apoiador do governo eleito, Meirelles disse que o furo no teto de gastos terá que ser adotado em um primeiro momento para que sejam cumpridas promessas de campanha, como o pagamento de Auxílio Brasil de R$ 600, que não estava previsto na proposta de orçamento enviada por Jair Bolsonaro ao Congresso.
"Há uma série de despesas que são necessárias como o Auxílio Brasil de R$ 600 e o auxílio por criança adicional, além de outras coisas, como a recuperação da capacidade de investimento. Mas é importante mencionar que existem despesas que podem ser cortadas e é este o ponto importante", disse Meirelles em entrevista ao UOL.
Meirelles explicou que algumas medidas podem ser adotadas para que o governo consiga abrir espaço dentro do orçamento sem furar o teto de gastos. "Foi criado lá atrás o trem-bala e existe a despesa criada pela empresa para construir. O trem-bala já é um projeto abandonado há muitos anos. (...) Vi uma lista com 30 ou 40 empresas e muitas com despesas razoáveis, então só fechando essas empresas que perderam a finalidade já abre um espaço grande dentro do teto", afirmou. "Alguns aperfeiçoamentos depois de alguns anos de teto é importante, mas tem que se abrir espaço cortando despesas", completou o ex-ministro.
O teto de gastos foi criado em 2016 pelo governo Michel Temer, do Meirelles era ministro da Fazenda, e determina que o gasto máximo que o governo pode ter é equivalente ao Orçamento do ano anterior, corrigido apenas pela inflação. A regra entrou em vigor em 2017 e tem duração de 20 anos.
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