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Novo PAC terá foco maior em infraestrutura social e ambiental e mais participação do setor privado, diz Nelson Barbosa

Diretor de investimento do BNDES, ele diz que o banco quer se tornar menos dependente do Estado brasileiro, buscando captar recursos com investidores internos e externos

Nelson Barbosa (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil | Reuters/Sergio Moraes)

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247 - Diretor de investimento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), o ex-ministro Nelson Barbosa afirmou à jornalista Míriam Leitão, na GloboNews, que o novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) - que será relançado com outro nome - terá maior foco em infraestrutura social e ambiental, e mais participação do setor privado, através de PPPs (Parcerias público-privadas) e concessões.

O banco, segundo Barbosa, captará junto ao BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), ao Banco de Desenvolvimento da China e ao Banco dos Brics recursos que haviam sido oferecidos ao Brasil e o governo Jair Bolsonaro (PL) ignorou. “Somando tudo dá US$ 5 bilhões que estavam na mesa com taxas competitivas”, ele adianta.

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O ex-ministro afirma que um dos objetivos é tornar o BNDES menos dependente do dinheiro do Estado brasileiro. "O Brasil está muito bem colocado para o modelo do desenvolvimento sustentável. Nós temos uma matriz energética com fontes renováveis com muito potencial. Temos o que em economia chamamos de 'vantagem do atraso'. A gente tem muita coisa a ser feita ainda em termos de eficiência energética, adaptação das cidades inteligentes, e que podem ter um volume menor de emissões. Somos uma democracia e isso não é pouca coisa. Uma democracia que tem um sistema público de educação, de saúde, e uma política de transferência de renda", disse o diretor, segundo relata Míriam Leitão em artigo publicado nesta quinta-feira (15) no jornal O Globo.

O novo PAC, de acordo com Nelson Barbosa, prevê maior participação da iniciativa privada, na medida em que conta com uma agenda reforçada de PPPs e concessões de energia, rodovias, manutenção de hospitais e recuperação de escolas públicas.

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Ele também contou que o BNDES está agora na etapa de captação de recursos, e não só no exterior. "O BNDES é um banco e um banco pode lançar papéis. A gente já pode lançar letra financeira, só que isso paga imposto. O Brasil tem dois títulos que não pagam imposto, letra de crédito imobiliário e letra de crédito agrícola. A gente está propondo que haja também a letra de crédito do desenvolvimento, para que o banco possa emitir e a pessoa física investir sem pagar imposto. Com isso, a gente pode investir, e repassar toda a desoneração para o tomador final. Então, a taxa poderá sair mais baixa, sem depender do Tesouro. O BNDES andando com as próprias pernas. É o que os bancos de desenvolvimento fazem em vários países".

"Então tem muita intenção de investimento, tem muita empresa procurando o banco, consultando sobre financiamento e esperando. Acho que, como todo mundo, aguardando uma definição melhor do quadro econômico, principalmente da taxa de juros, para tomar a decisão de investir. Por isso, a gente está otimista e acha que dá para recuperar a taxa de investimento do Brasil, que hoje está em 18%, mas pode ir para 21%. Como foi no passado", concluiu.

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