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"O povo venceu nas urnas o fascismo; agora, é hora de vencer o neoliberalismo", dizem deputados

Rogério Correia e Beatriz Cerqueira afirmam que "Lula foi novamente eleito pelo povo por que disse 'não' a essa política sufocante na economia"

Rogério Correia e Beatriz Cerqueira (Foto: J. Batista/Câmara dos Deputados | Guilherme Bergamini/ALMG)

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247 - O deputado federal reeleito Rogério Correia (PT-MG) e a deputada estadual reeleita Beatriz Cerqueira (PT-MG), em artigo, defendem enterrar de vez a política econômica neoliberal que se instalou no Brasil desde o golpe contra a ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

Para eles, com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência da República, os brasileiros disseram 'não' a "essa política sufocante na economia".

Leia:

O povo venceu nas urnas o fascismo; agora, é hora de vencer o neoliberalismo

Na política como na vida, não podemos nos acomodar com a vitória e negligenciar com os novos desafios. Mesmo que a vitória seja gigante, como esta que tivemos nas eleições.

O povo brasileiro venceu nas urnas o fascismo à brasileira representado por Jair Bolsonaro e o bolsonarismo. Estamos agora diante de novas provocações que vão nos exigir a disposição para seguir lutando. A principal delas é superar o neoliberalismo, ou o liberalismo radical executado nos últimos seis anos no país, nomeadamente nos governos Temer e Bolsonaro.

Um neoliberalismo, com pitadas de liberalismo radical, que fracassou soberbamente. Uma política econômica que não consegue, nem conseguirá no futuro, apresentar um único indicador para orgulhar-se. O mercado de trabalho piorou, a atividade econômica idem, as contas públicas ibidem, as relações externas se deterioraram...

Acabou. Chega! O povo brasileiro conheceu, e infelizmente sentiu no seu sofrido cotidiano, as desgraças trazidas por uma política econômica que privilegiou o fiscalismo, a restrição de investimentos e a total submissão aos interesses financeiros sobre a economia real.

O presidente Lula foi novamente eleito pelo povo por que disse "não" a essa política sufocante na economia durante a campanha eleitoral – e, claro, porque boa parte do povo também se recorda dos seus exitosos governos entre 2003 e 2010.

Para além de apoiarmos as primeiras manifestações de Lula em relação à prioridade absoluta no combate à fome que retornou ao Brasil, precisamos defender as iniciativas e formar maioria em torno das propostas. Até que essa prioridade seja inteiramente atendida, e o Brasil novamente deixar o Mapa da Fome da ONU, qualquer governo responsável, como será o de Lula, deve submeter a política econômica a essa necessidade.

O assim chamado "mercado" faz suas costumeiras queixas, já saudoso da época, que felizmente está acabando, em que a vida real do povo não era prioridade na economia. Faz parte de sua natureza, mas não pode se impor à vontade e necessidades do povo, do governo eleito e do país. 

Novamente: o receituário seguido nos governos Temer e Bolsonaro tecnicamente fracassou. Nada de positivo trouxe para os fundamentos econômicos. Velhos ideólogos do fiscalismo radical, ou da ortodoxia econômica, já fazem autocrítica e reconhecem o revés. Esta semana, o economista Raul Velloso, costumeiro defensor de cortes nos gastos públicos para pagar os serviços da dívida, admitiu que não faz sentido o choro mercadista após as prioridades defendidas por Lula. "O teto de gastos nasceu morto", resumiu.

Não há alguém que tenha trabalhado mais contra qualquer "responsabilidade" com as contas públicas do que Jair Bolsonaro e seu ministro Paulo Guedes. Deixarão o governo no fim de dezembro com um rombo nas contas calculado em centenas de bilhões de reais, após quatro alterações no cálculo do "teto" e as inúmeras medidas eleitoreiras tomadas de última hora e sem qualquer planejamento, com o único fim de ganhar a eleição – não deu certo, como sabemos.

Apesar da ausência de resultados positivos e apesar da contracorrente mundial (não há mais economista sério no mundo a defender o neoliberalismo), sabemos que o chamado "mercado", e seus porta-vozes sobretudo na mídia corporativa, continuarão tentando ressuscitar o natimorto teto de gastos.

Por isso defendemos e apoiamos o presidente Lula em sua corajosa missão de dar cara popular a seu governo. E para tanto, para além das articulações no Congresso e entre partidos, a mobilização social, a maioria se colocando na disputa nas ruas e redes, fazendo a justa pressão democrática será decisiva. Vencemos os fascistas que tentaram jogar as instituições da democracia no buraco. Venceremos os tecnocratas das finanças que derrubaram a atividade econômica, aumentaram o rombo nas contas públicas, fizeram do desemprego nosso novo "normal" e trouxeram a fome de volta.

Aprovar a chamada PEC da Transição significa garantir o Bolsa Família de R$ 600 acrescido de R$ 150 para mães com crianças até 6 anos e incluir no orçamento recursos para o Farmácia Popular, as universidades e institutos federais, a educação infantil e as demandas do funcionalismo público, negligenciadas no Orçamento de Paulo Guedes e Bolsonaro. 

Importante também sepultarmos definitivamente a deforma da PEC 32 que privatiza a prestação de serviços, fazermos as revisões necessárias na reforma trabalhista e estancar a privataria em curso. 

Lula vem aí e, com ele, a retomada de um governo popular e soberano. Derrotamos o autoritarismo e derrotaremos o neoliberalismo radical de Guedes e Bolsonaro que jogou nossa economia no buraco. Foi esse o recado dado pelos brasileiros na eleição. Que assim seja. Sempre na luta!

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