OGX tem prejuízo de R$ 4,7 bilhões
Resultado amargo do segundo trimestre da petroleira do grupo de Eike Batista foi impactado principalmente pela provisão de perdas com campos de petróleo considerados inviáveis economicamente: Tubarão Areia, Tubarão Gato e Tubarão Tigre
Por Sabrina Lorenzi
Reuters - A empresa de petróleo de Eike Batista OGX, que vive uma grave crise de confiança no mercado, amargou prejuízo bilionário no segundo trimestre, impactado principalmente pela provisão de perdas com campos de petróleo considerados inviáveis economicamente.
O prejuízo líquido contábil da petrolífera subiu quase 12 vezes no segundo trimestre, para 4,722 bilhões de reais, ante prejuízo de 398,6 milhões de reais no mesmo período de 2012, informou a empresa nesta quarta-feira.
O aumento expressivo do prejuízo reflete principalmente despesas de 3,6 bilhões de reais referentes à provisão para perda dos investimentos realizados nos campos de Tubarão Azul, Tubarão Areia, Tubarão Gato e Tubarão Tigre.
Os três últimos foram considerados inviáveis comercialmente, enquanto o Tubarão Azul, ainda em produção, tende a continuar em declínio, sem novos investimentos após a empresa concluir que sua continuidade também é inviável.
Outros 491 milhões de reais no prejuízo estão associados a poços secos e áreas subcomerciais devolvidas à Agência Nacional de Petróleo (ANP) e 491 milhões de reais referem-se a despesas com variação cambial, basicamente não realizadas.
A posição de caixa da empresa de Eike minguou em cerca de 822 milhões de dólares no trimestre, encerrando junho em 326 milhões de dólares.
"Essa redução ocorreu principalmente devido ao desembolso de 369 milhões de dólares (779 milhões de reais) à OSX", afirmou a companhia em comunicado.
A empresa de construção naval do grupo EBX, a OSX, tem direito a uma compensação de 449 milhões de dólares relativos aos contratos de aluguel e construção de equipamentos que foram cancelados pela OGX.
PLATAFORMAS
Foi cancelado o afretamento do FPSO OSX-2, além da construção das unidades FPSO OSX-4, FPSO OSX-5, além da WHP-1, WHP-3 e WHP-4.
O insucesso da OGX em áreas de petróleo da bacia de Campos acabou arrastando a OSX e contaminando outras empresas do grupo EBX, que se vê em pleno processo de venda de ativos.
A empresa também decidiu pela descontinuidade da exploração das áreas de Cozumel e Cancun, também na Bacia de Campos, após não identificar presença significante de hidrocarbonetos.
Devolveu ainda à ANP concessão das acumulações de Tambora e Tupungato, após decidir pela não continuidade de sua exploração.
Apesar dos problemas operacionais, a empresa fechou o segundo trimestre com Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortizações) positivo de 46 milhões reais, ante Ebitda negativo de 110 milhões de reais no mesmo período do ano passado.
A receita líquida no segundo trimestre foi de 234 milhões de reais, com a venda de 747 mil barris de petróleo no período.
CAIXA E ENDIVIDAMENTO
Emblemática preocupação dos investidores, o caixa da empresa recuou significativamente em seis meses, com queda de 3,4 bilhões de reais em relação a 31 de dezembro de 2012.
Além da compensação para a OSX, a queda na posição do caixa da empresa reflete também investimentos realizados no período de 1,2 bilhão de reais e pagamentos de juros de 344 milhões de reais.
A dívida da OGX encerrou junho a 8,7 bilhões de reais, ante 8,04 bilhões de reais em dezembro de 2012. No primeiro semestre, a empresa não fez novas captações.
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