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Pochmann revela como a concentração de renda deu um salto brutal no País durante a era Bolsonaro

Mesmo em anos de baixo crescimento, os mais ricos aumentaram consideravelmente sua fatia na riqueza nacional

Marcio Pochmann | Jair Bolsonaro e Paulo Guedes (Foto: Elza Fiuza/Agência Brasil | Isac Nóbrega/PR)

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247 – O economista Marcio Pochmann, atual presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), trouxe à luz um preocupante aumento na concentração de renda no Brasil, conforme revelado no recente Relatório da Distribuição Pessoal da Renda e da Riqueza da População Brasileira, divulgado pelo Ministério da Fazenda.

Mesmo diante de uma economia que demonstra relativa estagnação, Pochmann destaca que, entre 2019 e 2022, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) per capita foi mínimo, registrando apenas 0,8% ao ano, refletindo a ausência de dinamismo econômico. Contudo, as estatísticas revelam uma realidade oposta para os estratos sociais mais abastados.

Os dados apontam que os 10% mais ricos, responsáveis por 47,3% da renda total declarada à Secretaria da Receita Federal em 2018, aumentaram sua fatia para 51,5% em 2022, um incremento de 8,8% ao longo de quatro anos. Pochmann também destaca os notáveis saltos na concentração de renda para os 5% e 1% mais ricos, com aumentos de 13,4% e 24,5%, respectivamente, no mesmo período.

O economista chama atenção para a parcela mais ínfima da população, os 0,1% mais ricos, cuja concentração de renda passou de 9,1% em 2018 para 11,9% em 2022, um aumento de 30,8% em um contexto de economia praticamente estagnada.

Pochmann destaca um dos principais fatores explicativos para essa disparidade: a elevada isenção tributária, especialmente favorável aos estratos sociais mais privilegiados. Exemplificando com os 0,1% ultra ricos, Pochmann ressalta que, em 2022, 69,3% de sua renda foi composta por rendimentos isentos, enquanto apenas 9,6% era tributável.

A regressividade na aplicação do imposto de renda para os 7% mais ricos é outro ponto abordado pelo presidente do IBGE. Em 2022, os 1% mais ricos apresentaram uma alíquota efetiva próxima àquela dos contribuintes no centil 60, enquanto os 0,1% ultra ricos contribuíram com um valor equivalente ao centil 44.

A falta de tributação sobre lucros e dividendos no Brasil, representando 35% do total das isenções em 2022, é apontada por Pochmann como um dos principais impulsionadores desse acentuado desequilíbrio social.

Diante dessas análises, Marcio Pochmann destaca a necessidade urgente de revisões no modelo tributário brasileiro e a implementação de políticas públicas mais inclusivas para combater as crescentes desigualdades socioeconômicas. Em um contexto onde a sociedade busca construir uma democracia republicana verdadeiramente equitativa, o economista enfatiza a importância de ações que busquem mitigar esses desafios e promover um desenvolvimento mais justo para todos.



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