Pressão de Bolsonaro por mudanças na Petrobrás conta com o apoio de 'espiões' em postos estratégicos da estatal
Repasse de informações seria feito por ex-militares lotados como assessores da presidência da Petrobrás e que recebem salários de R$ 55 mil
247 - A pressão feita por Jair Bolsonaro para mudar três diretores da Petrobrás, dois dos quais não possuem qualquer relação com a política de preços praticada pela estatal, vem sendo atribuída a pelo menos três “espiões", todos ex-militares, colocados em pontos estratégicos da petroleira.
De acordo com a coluna da jornalista Malu Gaspar, de O Globo, “os assessores da presidência da estatal Carlos Victor Nagem e o Angelo Denicoli, além do gerente-executivo de segurança Ricardo da Silva Marques, são chamados pelos na empresa de ‘dedos-duros de Bolsonaro’ e recebem salários de R$ 55 mil.
“Se depender da vontade de Bolsonaro, as duas diretorias devem sofrer mudanças, no embalo das trocas que o presidente quer fazer na área financeira e a própria presidência da Petrobras, José Mauro Coelho. Num discurso em São Paulo nesta terça-feira (16), o presidente da República afirmou que será ‘obrigado a mexer peças no tabuleiro’ da Petrobrás”, destaca a reportagem. “Para isso, ele conta com seus informantes, ambos adeptos de teorias caras ao bolsonarismo”, emenda a colunista.
Ainda segundo a reportagem, também “pesa na decisão o fato de que na área de relações institucionais são feitos todos os contratos de publicidade da companhia. Nos últimos três anos, a Petrobrás aplicou R$ 100 milhões em campanhas”. Para a outra área cobiçada pelos "espiões" de Bolsonaro", a de tecnologia, o candidato preferido é o ex-diretor da Gol Paulo Palaia, amigo pessoal de Denicoli e igualmente seguidor de Jair Bolsonaro”, observa o texto.
“Para conseguir demitir todos esses diretores, o presidente da República precisa da concordância do presidente da companhia. Ou, então, demiti-lo. Para isso, ele já trocou o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, por Aldolfo Sachsida, homem de confiança do ministro da Economia, Paulo Guedes. E pretende também substituir o presidente da Petrobras e o diretor financeiro e de relações com investidores, Rodrigo Araújo. Dos três diretores, ele é o único que lida diretamente com o cálculo de preço dos combustíveis”, afirma a reportagem.
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