Quebra da indústria naval paralisa obras de R$ 20 bi
As construtoras brasileiras não foram as únicas arrasadas pela Lava Jato; a indústria naval também foi profundamente afetada pela operação; na esteira das delações, diversos estaleiros nacionais quebraram; por todo país, a paralisação dos estaleiros provocou a interrupção de obras que somam US$ 6 bilhões (cerca de R$ 20 bilhões); são vários navios, sete sondas, um casco de plataforma e quatro comboios hidroviários —formados, cada um, por quatro barcaças e um empurrador– parados em estaleiros no país, em diferentes estágios de construção; além do fechamento de vagas com a suspensão das obras, a paralisia aumenta o custo de embarcações, que já haviam sido contratadas a preços superiores aos praticados no mercado internacional
247 - A Lava Jato não destrui apenas o setor de construção no Brasil. A operação arrasou também a indústria naval do País.
Apenas no estaleiro Mauá, parado desde julho de 2015, são três navios inacabados, parte de uma lista de esqueletos gerados pela falência da indústria naval do país, após a descoberta do esquema de corrupção montado na Petrobras.
Levantamento feito pela Folha mostra que, como eles, existem outros três navios, sete sondas, um casco de plataforma e quatro comboios hidroviários —formados, cada um, por quatro barcaças e um empurrador– parados em estaleiros no país, em diferentes estágios de construção.
Juntas, essas encomendas somam US$ 6 bilhões e esperam pela solução de problemas contratuais ou judiciais.
Além do fechamento de vagas com a suspensão das obras, a paralisia aumenta o custo de embarcações, que já haviam sido contratadas a preços superiores aos praticados no mercado internacional.
"São barcos praticamente prontos e enferrujados", diz o vice-presidente do Sindicato da Indústria de Construção e Reparo Naval (Sinaval), Sérgio Bacci. "Para concluir, vai ter que gastar mais dinheiro."
A situação remete à primeira grande falência da indústria naval brasileira, no final dos anos 1980, quando problemas financeiros provocaram paralisações em obras. O último navio entregue naquela época, o Livramento, por exemplo, demorou dez anos para ser construído.
As informações são de reportagem de Nicola Pamplona na Folha de S.Paulo.
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