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'Recuperação judicial das Americanas é só o começo e muitas empresas vão pedir água', diz sócio da RK Partners

"A taxa de juros vai ser um grande inibidor do crescimento e vai atrapalhar muito as empresas que precisam renegociar as suas dívidas", disse o consultor Ricardo Knoepfelmacher

Ricardo Knoepfelmacher e fachada da Americanas (Foto: Divulgação | REUTERS/Ueslei Marcelino)

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247 - Ricardo Knoepfelmacher, sócio da  RK Partners, empresa responsável pelas principais reestruturações de companhias no Brasil, disse que o pedido de recuperação judicial da rede varejista Americanas representa apenas “o início de uma onda que virá por aí de empresas médias e grandes pedindo água”. Segundo ele, o volume de consultas de empresas visando reestruturar suas dívidas cresceu 300% nos últimos meses.

“É a conjunção de três fatores: a desorganização das cadeias produtivas no pós covid aliada a guerra da Ucrânia, que elevou o preço da energia e provocou inflação mundial, além do caos político interno, que acabou fazendo com que o nosso juro básico ficasse altíssimo. Estamos falando de uma taxa de 13,75% ao ano. Uma empresa grande está captando a CDI mais 3%. Uma empresa média, a CDI mais 6%. Isso significa uma taxa de 20% ao ano. É muito difícil uma empresa que esteja alavancada não ter problema”, disse Knoepfelmacher ao jornal O Estado de S. Paulo

O executivo também criticou a alta taxa de juros no Brasil ao afirmar que isso resultará em “um problema que permeia vários setores. Vai haver uma contração da economia e o País não vai crescer como muitos imaginavam. Então acredito que vai ser um problema na economia como um todo. A taxa de juros vai ser um grande inibidor do crescimento e vai atrapalhar muito a vida das empresas que precisam renegociar as suas dívidas”.

“Vamos ter alguns setores que não conseguiram se recuperar até agora, como infraestrutura. As grandes empreiteiras estão combalidas, pois não têm investimentos, não têm pipeline de obras. E vão continuar combalidas. Empresas que não tinham entrado em RJ devem entrar agora. Essa é a tendência. O setor de construção residencial também vai sofrer. Por mais que os preços tenham subido, eles não conseguiram repassar o aumento dos insumos, como o preço do vidro, do cimento, do ferro, os insumos da obra. Estamos vivendo um caso semelhante ao que vimos há alguns anos, em que houve um colapso setorial”, ressaltou o consultor em um outro ponto da entrevista.

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