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Relatório aponta como Gutierrez, da Americanas, formatou maquiagem de balanços da varejista

Uma série de artifícios financeiros utilizados pela diretoria da Americanas foram detalhados em um relatório preliminar divulgado nesta terça-feira pela companhia

Unidade da Americanas em Brasília (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)

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247 - A fraude nos balanços da varejista Americanas supostamente envolvia a criação de "contratos frios", sem lastro, informou o jornal 'Valor Econômico', nesta terça-feira (13), citando informações fornecidas pela própria empresa em relatório preliminar. As movimentações indicam a existência de verbas fictícias, implementadas pelos setores comercial e financeiro da companhia, para obter redução do custo de mercadoria vendida (CMV).

A publicação indicou ainda o método de maquiagem de números que se utilizou de bonificações de propaganda da indústria -- amplamente utilizado no setor nos últimos anos, como em um caso semelhante que envolveu a rede de supermercados Carrefour, em 2010. 

Esse esquema consistia em redes que computavam as verbas no início do ano, reduzindo o CMV, não necessariamente em linha com a realização das metas acertadas de venda. Essas redes supostamente não realizavam o estorno do desconto computado inicialmente, se apropriando de um ganho inexistente. Um CMV melhor melhora o lucro bruto de uma empresa e pode elevar margem bruta, além de ter efeito positivo em toda a demonstração de resultados financeiros.

Paralelamente, os "contratos frios" eram utilizados. “Para se chegar a uma fraude em verba de quase R$ 22 bilhões teriam que fazer um esquema de contrato frio basicamente, porque o valor é muito elevado. Não dá para lançar tudo isso em fraudes em contratos reais, até porque a indústria reagiria , já que os contratos são auditados”, diz um diretor comercial da Americanas. 

A empresa também informou que a diretoria liderada pelo ex-diretor presidente Miguel Gutierrez contratou uma série de financiamentos para gerar o capital necessário para a continuidade das operações das Americanas. No entanto, esses financiamentos foram realizados sem as devidas aprovações societárias e foram inadequadamente contabilizados no balanço patrimonial de 30 de setembro de 2022, na conta fornecedores. 

O relatório preliminar apontou que as demonstrações financeiras vinham sendo fraudadas pela diretoria que contava com Miguel Gutierrez. Os assessores jurídicos assinalam os esforços da diretoria para ocultar do conselho de administração e do mercado a real situação de resultado e patrimonial da companhia.

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