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Relatório aponta que fraude contábil da Americanas é maior que a projetada e pode chegar a R$ 50 bilhões

Avaliação foi feita poucas horas após a companhia admitir pela primeira vez que as demonstrações financeiras vinham sendo fraudadas pela diretoria anterior

Lojas Americanas (Foto: Reprodução)

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247 - A fraude contábil na rede de lojas Americanas ultrapassou em muito os R$ 20 bilhões inicialmente apontados pelo ex-CEO da empresa, Sergio Rial, em janeiro. De acordo com o jornal Folha de S. Paulo  fontes ligadas às negociações com os bancos credores avaliam que a fraude pode chegar a cerca de R$ 50 bilhões. A nova avaliação foi feita poucas horas após a companhia divulgar um comunicado ao mercado financeiro reconhecendo pela primeira vez que as demonstrações financeiras vinham sendo fraudadas pela diretoria anterior.

No comunicado, a Americanas admitiu a fraude relacionada à contratação de bônus junto à indústria, uma prática comum no varejo, em que fabricantes oferecem descontos para grandes encomendas. Segundo a reportagem, os contratos fraudulentos, identificados como "verba de propaganda cooperada e instrumentos similares (VPC)", permitiam que o nome do fabricante aparecesse nas campanhas da Americanas, garantindo descontos na compra de produtos. No entanto, esses descontos nunca foram efetivamente concedidos. 

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Ainda conforme a reportagem, os lançamentos de VPC atingiram um saldo preliminar de R$ 21,7 bilhões em 30 de setembro de 2022, sem lastro financeiro associado. A diferença de R$ 4 bilhões foi lançada em outras contas do ativo da companhia.

Além disso, foram identificadas operações de financiamento de compras no valor de R$ 18,4 bilhões e operações de financiamento de capital de giro da ordem R$ 2,2 bilhões, em números preliminares. Uma dessas operações, chamada de risco sacado, é comum no varejo, na qual um agente financeiro adianta o pagamento ao fornecedor, cobrando juros por isso.

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A Americanas também informou a existência de lançamentos redutores na conta de fornecedores provenientes de juros sobre operações financeiras, totalizando aproximadamente R$ 3,6 bilhões em números preliminares e não auditados. Ao somar todos os números mencionados no comunicado, o rombo contábil chega a  R$ 45,9 bilhões.

No início de fevereiro, o administrador judicial da Americanas já havia apontado uma dívida total de R$ 47,9 bilhões. Quando entrou em recuperação judicial,  no dia 19 de janeiro, as dívidas da empresa somavam R$ 43 bilhões.

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