S&P põe rating do Brasil em perspectiva negativa
Agência de classificação de crédito Standard & Poor's revisou nesta quinta-feira a perspectiva do rating soberano do Brasil em moeda estrangeira de "estável" para "negativa", citando o fraco crescimento econômico e a política fiscal expansionista; atualmente, a nota da S&P de longo prazo atribuída ao país é "BBB"; Ministério da Fazenda diz que Brasil está na roda do crescimento e que o governo continua a fazer um dos maiores superávits fiscais do mundo
6 Jun (Reuters) - A agência de classificação de crédito Standard & Poor's revisou nesta quinta-feira a perspectiva do rating soberano do Brasil em moeda estrangeira de "estável" para "negativa", citando o fraco crescimento econômico e a política fiscal expansionista.
Atualmente, a nota da S&P de longo prazo atribuída ao país é "BBB", um degrau acima do piso da faixa considerada grau de investimento.
"Podemos rebaixar o rating nos próximos dois anos se o contínuo lento crescimento econômico, os fracos fundamentos fiscais e externos, e alguma perda da crebibilidade da política fiscal por sinais ambíguos na política, diminuírem a capacidade do Brasil de gerenciar um choque externo", disse a S&P.
Ainda segundo a agência, atrasos na implementação de medidas para impulsionar o investimento privado, especialmente na área de infraestrutura, podem contribuir para baixa expansão do Produto Interno Bruto (PIB) neste e no próximo ano, elevando o risco de maior enfraquecimento fiscal e de aumento no custo da dívida pública.
A agência afirmou, entretanto, que pode revisar a perspectiva para o rating do Brasil para "estável" caso iniciativas mais consistentes gerem maior confiança no setor privado e, portanto, maior crescimento.
A S&P projeta expansão de apenas 2,5 por cento no PIB do Brasil em 2013.
Fazenda
O Ministério da Fazenda afirmou nesta quinta-feira que o Brasil está na roda do crescimento e que o governo continua a fazer um dos maiores superávits fiscais do mundo, após a agência de classificação de crédito Standard & Poor's colocar o rating soberano do país em perspectiva "negativa".
De acordo com o secretário de Política Econômica da Fazenda, Márcio Holland, a relação entre dívida e Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil se mantém em queda e a perspectiva de crescimento médio do país está acima da média mundial.
(Por Luciana Otoni e Bruno Federowski)
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