Sem voz na Eletrobrás, União terá de arcar com contratação de gerenciadora de crise pela empresa

247 - A Eletrobrás, que foi doada a seus sócios minoritários no governo de Jair Bolsonaro, numa privatização imoral contestada pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vai gastar R$ 800 mil com a RP Brasil Cmunicações, uma empresa especializada em gerenciamento de crise. Ou seja: hoje controlada pelos minoritários, em detrimento da União, a empresa vai gastar dinheiro de todos os acionistas para lidar com sua crise de imagem.

A contratação vem em meio à tentativa judicial do governo do presidente Lula de equiparar o capital do Estado na companhia, de cerca de 43%, a seu poder de voto no conselho, hoje de apenas 10%. 

Uma consultoria de gerenciamento de crise é uma empresa ou um grupo de especialistas que fornecem orientação e assistência para organizações que estão enfrentando situações críticas ou emergenciais. Essas situações podem incluir crises financeiras, escândalos, desastres naturais, problemas de saúde pública, falhas de segurança, litígios de alto risco, entre outros eventos que representam uma ameaça significativa à reputação, operações ou sobrevivência de uma empresa.

Nesse contexto, a Eletrobrás enfrenta uma forte queda em seu valor de mercado desde o início do ano. 

O Congresso vem se mostrando resistente a qualquer possível tentativa de reestatização, com os presidentes das duas Casas tendo se posicionado contra a medida. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, declarou recentemente que o governo não buscará obter de volta o controle da Eletrobrás. 

No entanto, o presidente Lula afirmou, em entrevista à TV 247 em março, que “o governo vai voltar a ser dono da Eletrobrás” e que a privatização foi “um crime de lesa-pátria”.

“Não vai ficar por isso. Estamos entrando na justiça contra a votação do peso do governo na direção da empresa e o preço pelo qual foi vendida", disse Lula na ocasião.