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    Taxas de juros no Brasil são "absurdamente altas", mas não "exorbitantes", diz Campos Neto

    Segundo o presidente do Banco Central, "o Brasil está mais ou menos na média de outros países, apesar de ter uma taxa de juros real mais alta"

    Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

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    247 - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou durante audiência da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (12), que, embora os juros no Brasil sejam "absurdamente altos", não se pode dizer que a taxa de juros seja "exorbitante". Segundo ele, nos últimos cinco anos, entre 2019 e 2024, o Brasil experimentou uma menor inflação acompanhada de uma menor taxa de juros.

    “Não é possível afirmar que a gente tem uma taxa de juros exorbitante, apesar de ter uma inflação muito baixa. Na verdade, a gente tem é uma taxa Selic menor do que a média e uma inflação menor do que a média, ainda mesmo passando por um período de inflação global muito grande”, disse Campos Neto, de acordo com o jornal O Estado de S. Paulo.

    Ele reconheceu que o país enfrenta uma desancoragem preocupante das expectativas de inflação, mas destacou que a inflação implícita começou a se estabilizar recentemente. Campos Neto reiterou que o Brasil está no caminho da convergência da inflação com baixo custo em termos de emprego e Produto Interno Bruto (PIB), considerando as surpresas positivas no mercado de trabalho e na massa salarial. Em relação à recente volatilidade internacional, Campos Neto mencionou que a inflação de 12 meses no Brasil começou a aumentar ligeiramente.

    Sobre a evolução da taxa de juros no Brasil, ele admitiu que ainda são elevadas. “Ainda é verdade que as taxas de juros no Brasil são absurdamente altas, isso a gente não discute. O que a gente está querendo mostrar aqui é que, ao longo do tempo, a gente tem sido capaz de trabalhar com taxas de juros mais baixas comparado com outros intervalos na história, tanto na parte real quanto na parte nominal”, disse.

    Campos Neto também falou que “o Brasil tem uma taxa de juros neutra maior que alguns outros países. A gente vê que, em termos de esforço monetário, o Brasil está mais ou menos na média de outros países, apesar de ter uma taxa de juros real mais alta, o que significa que a nossa taxa de juros neutra é mais alta também. Precisamos investigar as causas da taxa de juros estrutural ser mais alta, que é um tema que a gente tem discutido bastante recentemente”.

    Ainda conforme a reportagem, o presidente do BC ressaltou que juro neutro no país é alto por causa da baixa taxa de recuperação de crédito,dívida pública elevada, taxa de poupança menor e crédito direcionado maior. Campos Neto também argumentou que o Brasil teve o maior aumento de juro durante o período eleitoral de 2022.

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