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    Tensão no mercado: Bolsa cai e dólar sobe de novo

    Ibovespa cai 3,18%, a 47.893 pontos, fechando no menor patamar desde abril de 2009, enquanto o dólar fecha acima de R$ 2,20 pela primeira vez em quatro anos; tudo depois de o presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, dizer que o banco central dos EUA pode começar a reduzir seu programa de estímulos no fim de 2013; tensão geral alimenta falsos rumores de retorno do ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles

    Tensão no mercado: Bolsa cai e dólar sobe de novo (Foto: tOrange.biz)
    Rodolfo Borges avatar
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    247 – O principal índice brasileiro de ações caiu forte nesta quarta-feira, fechando no menor patamar desde abril de 2009, após o presidente do Federal Reserve dizer que o banco central dos Estados Unidos pode começar a reduzir seu programa de estímulos no fim de 2013. O Ibovespa perdeu 3,18%, a 47.893 pontos, fechando perto da mínima intradiária, de 47.838 pontos. O giro financeiro do pregão foi de 8,75 bilhões de reais.

    As indicações do Federal Reserve (Fed), Banco Central norte-americano, de que deverá reduzir o ritmo de ajuda monetária para a economia dos Estados Unidos também fizeram o dólar fechar acima de R$ 2,20 pela primeira vez em quatro anos. O dólar comercial encerrou o dia em R$ 2,2205 para venda, com alta de 1,94% e na maior cotação desde 27 de abril de 2009.

    Durante boa parte desta quarta-feira, o câmbio operou em queda, chegando a atingir R$ 2,1691 por volta das 15h, patamar mínimo do dia. Logo depois, no entanto, saiu o comunicado da reunião do Fed, cujos diretores se encontraram ontem (18) e hoje (19) para discutir a situação da economia norte-americana. A cotação então inverteu a tendência e subiu expressivamente no fim da tarde.

    A tensão tensão geral no mercado brasileiro, que acompanha sucessivas quedas na Bolsa e altas no dólar, alimentou até rumores sobre a volta do ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Meirelles foi recebido no Instituto Lula pelo ex-presidente e pregou choque de confiança na economia. Dias atrás, o próprio Lula deixou escapar a alguns de seus interlocutores que Meirelles "faz falta" na equipe da presidente Dilma, mas não há hipótese de que ele retorne ao governo (leia mais).

    FED

    Em entrevista, o presidente do Fed, Ben Bernanke, declarou que, por enquanto, o Banco Central dos Estados Unidos pretende manter o ritmo de injeção de dólares na maior economia do mundo. Ele, no entanto, admitiu que, caso a situação do país melhore nos próximos meses, o Federal Reserve pode diminuir o ritmo de compras de ativos "mais para o fim deste ano".

    Por meio da compra de ativos, como títulos públicos, o Fed joga dinheiro no mercado e aumenta a quantidade de dólares na economia mundial. Caso a ajuda monetária diminua, o volume de moeda norte-americana em circulação cai, aumentando o preço do dólar em todo o mundo.

    Em entrevista coletiva, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que os técnicos da pasta ainda estão analisando o comunicado do Fed. Segundo ele, as turbulências no câmbio nas últimas semanas decorrem do fato de existirem dúvidas sobre a velocidade do ajuste monetário.

    "A fala deles [dos diretores do Fed] é enigmática. Não sei se confirmaram nem se deram o horizonte de qual será a velocidade [da retirada dos estímulos monetários]. Então, o cenário fica instável, acarretando a desvalorização das moedas de vários países", declarou.

    O ministro, no entanto, disse acreditar que esse processo é transitório. "Neste primeiro momento, observa-se maior volatilidade do dólar, mas os mercados se reposicionam e depois se acalmam novamente", disse. Mantega reiterou ainda que o Brasil está preparado para lidar com a alta repentina da moeda norte-americana. "O Banco Central e a Fazenda estarão atentos para evitar volatilidade excessiva. Temos muita bala na agulha para fazer isso. Temos muitas reservas [internacionais], muito dólar em carteira", acrescentou.

    Com Reuters e Agência Brasil

     

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