Uber demite 1% da frota sem aviso prévio e 15 mil motoristas ficam sem emprego
O fato revela o problema da uberização, isto é, da “APPficação” em geral do mercado de trabalho. Considerados “microempreendedores”, os trabalhadores sofreram com uma demissão sumária e simultânea e sem aviso prévio
247 - A Uber demitiu, em todo o Brasil, mais de 15 mil motoristas de aplicativo da plataforma, com a justificativa de excesso de cancelamentos, segundo denúncia da Associação dos Motoristas de Aplicativos de São Paulo (Amasp).
De acordo com a entidade, o número corresponde a 1% de toda a base de motoristas do país. O aplicativo teria 1,5 milhões de motoristas cadastrados. A quantidade de pessoas que ficaram desempregadas é três vezes maior aos trabalhadores demitidos pela Ford, que informou, neste ano, o fim da produção no Brasil com a demissão de 5 mil trabalhadores.
O fato revela o problema da uberização, isto é, da “APPficação” em geral do mercado de trabalho. Considerados “microempreendedores”, os trabalhadores sofreram com uma demissão sumária e simultânea e sem aviso prévio. Por isso, alguns setores lutam pela sindicalização do setor.
“Foi uma exclusão sumária, o que deixou os motoristas em situação complicada. Nos termos de uso da plataforma, não há proibição à prática do cancelamento”, diz Eduardo Lima de Souza, presidente da Amasp.
Segundo reportagem do G1, “os condutores passaram a selecionar corridas em virtude do aumento do preço dos combustíveis. Do gasto diário de um motorista, a gasolina representa entre 40% e 50% e segundo o resultado do IPCA-15, divulgado nesta sexta-feira (24), o combustível acumula alta de 39,05% nos últimos 12 meses”.
Ainda, segundo a Amasp, a alta dos combustíveis fez com que cerca de 25% da frota paulistana de motoristas desistisse de trabalhar no segmento.
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