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Afroempreendedora transforma paixão por tranças em negócio de sucesso

Trancista Gabriela Azevedo celebra e difunde a cultura afro-brasileira por meio da arte, educação e beleza

Gabriela Azevedo, uma afroempreendedora que vive no Rio de Janeiro e atua como trancista há 25 anos (Foto: Freepik | Divulgação )

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Beatriz Bevilaqua, 247 - O mercado de trancistas no Brasil vem ganhando cada vez mais visibilidade e sido impulsionado por uma mudança cultural e pelo reconhecimento da beleza dos cabelos afro. Nesta semana, no episódio do “Empreender Brasil”, entrevistamos Gabriela Azevedo, uma afroempreendedora que vive no Rio de Janeiro e atua como trancista há 25 anos.

Desde a pré adolescência ela domina a técnica de fazer tranças, que se tornou não só uma grande paixão, mas também uma forma de sustento e expressão. “Ao longo dos anos, essa atividade tem sido fundamental na minha vida, principalmente porque nunca tive minha carteira assinada. As tranças sempre foram minha fonte de trabalho e oportunidades”, disse.

Gabriela é gaúcha, mas trocou o sul pelo Rio de Janeiro. Ela considera a cidade um lugar de grandes oportunidades para criar e crescer neste segmento. "Quando mais nova, eu fazia de tudo: vendia sacolé, pulseiras artesanais, mas o que eu amava mesmo era fazer tranças. Comecei trançando na beira das quadras de basquete, depois, me envolvi com o público do movimento hip hop e assim fui ficando cada vez mais conhecida”, afirmou.

A identificação com as tranças surgiu ainda na infância, incentivada pela própria mãe. Diferentemente de muitas histórias de mulheres negras, que relatam dificuldades e sofrimentos em relação à ditadura estética predominante, sua experiência foi marcada por carinho e cuidado.

"A memória que eu tenho em relação às tranças e ao cuidado com o cabelo é muito afetiva e privilegiada. Todo o tempo que minha mãe se dedicava ao meu cabelo, fez muita diferença na minha auto-estima. Geralmente, quando conversamos com mulheres negras sobre seus cabelos, elas costumam relatar sobre situações de preconceitos por parte da própria família”, lamenta.

No início da sua carreira, a empreendedora teve muita dificuldade para precificar o valor do seu trabalho. "Precisei entender que o produto que estou vendendo é para outras mulheres negras, que enfrentam as mesmas dificuldades que eu para conseguir renda, e por isso, é importante oferecer um preço justo. Hoje em dia, sigo com um espaço na minha casa e também tenho uma das maiores lojas físicas de cabelo do Rio de Janeiro. Na minha casa, consigo oferecer um atendimento ainda mais personalizado", disse.

Ela celebra e difunde a cultura afro-brasileira por meio da arte, educação e beleza. Além disso, Gabriela também criou um projeto que apoia outras empreendedoras trancistas e reafirma seu compromisso com a memória e a história africana. Confira na íntegra a jornada dessa empreendedora que inspira tantas outras trancistas: 

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