Alexandre Saraiva: “O bolsonarismo criou um precedente provando que é possível aparelhar a PF”
“As polícias têm que ser de Estado, não de governo, caso contrário se transforma num órgão repressor”, diz o delegado da Polícia Federal
247 - O delegado Alexandre Saraiva, afastado do cargo de superintendente da Polícia Federal no Amazonas por ter denunciado, em meados de abril do ano passado, o então ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, participou do programa Giro das Onze, da TV 247.
Saraiva, que foi candidato a deputada federal pelo PSB do Rio, disse que as “instituições precisam fazer uma autocrítica”
“As polícias têm que ser de Estado, não de governo, caso contrário se transforma numa polícia secreta, um órgão repressor, e não é esse o papel da polícia numa sociedade civilizada”, enfatizou.
Na Polícia Federal desde 2003, Alexandre Saraiva diz: “antes desse governo nunca recebi uma ligação de superior, de político ou quem quer que seja mandado eu fazer ou deixar de fazer”.
“Eu e todo mundo que conheço na polícia nunca soube de história de interferência. Isso acabou deixando a Polícia Federal achando que tinha uma tradição tão poderosa que isso resistiria a um governo como esse. E também ninguém imagina um governo fascista a esse ponto. O bolsonarismo criou um precedente provando que é possível aparelhar a polícia federal. Ele provou que é possível manietar o Ministério Público ao não aceitar a indicação da lista tríplice”, argumentou.
Para ele, é preciso reforçar as garantias legais “para que esse tipo de coisa não volte a acontecer”. “Se houver uma lei criando certas garantias para as polícias, como existe para o Judiciário, fica mais difícil. Não existe blindagem absoluta, mas seria um bom começo que existisse uma legislação”, defendeu.
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