HOME > Entrevistas

Boulos: governo terá disputa entre liberais e esquerda

Deputado federal eleito defende que “áreas sociais estratégicas” fiquem todas com a esquerda no novo governo

Guilherme Boulos (Foto: Mídia Ninja)

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

247 - O deputado federal eleito Guilherme Boulos (Psol-SP) avalia que o novo governo Lula (PT) será marcado por uma disputa entre setores mais à esquerda e liberais que formaram a frente ampla para derrotar Jair Bolsonaro (PL) nas eleições presidenciais de 2022.

Em entrevista ao jornalista Marcelo Auler, da TV 247, o parlamentar psolista observou que “o que permitiu que figuras como Geraldo Alckmin (PSB) e Simone Tebet (MDB-MS)” entrassem na campanha e no governo “foi o Bolsonaro”. Boulos não acredita que Alckmin fará oposição a Lula, mas sobre Simone Tebet, lembrou que ela é uma “liberal”. “Então eu acho natural que apareçam novas contradições e que essa lua de mel não dure tanto assim”, afirmou.

>>> Lula promete a Boulos apoio à sua candidatura a prefeito de São Paulo em 2024

“Este é o governo de coalizão, da mesma forma que a frente que ganhou as eleições do Bolsonaro foi uma frente ampla, para enfrentar o fascismo e defender a democracia. Isso vai trazer contradições e fazer com que esse governo seja um governo de disputa. Vão ter setores da direita, da centro-direita, do agronegócio, da bancada ruralista e da Faria Lima tentando puxar a agenda do governo e do país mais à direita. Já estão fazendo isso na mídia, no debate do ministro da Fazenda, do teto de gastos”, ponderou Boulos.

Por tais motivos, o deputado eleito afirma que os progressistas não podem abandonar o ‘cabo de guerra’ que surgirá com o intuito de pautar o governo: “Eu acho que o nosso papel, enquanto militante e parlamentar eleito pelo Psol, enquanto esquerda, é puxar o governo e a agenda mais para cá. Se num cabo de guerra só um um cabo puxa, levou”.

Boulos citou como exemplo pautas como a reforma tributária e a revogação da reforma trabalhista aprovada por Michel Temer (MDB), itens que estão no programa da candidatura de Lula. “A gente sabe que isso vai enfrentar resistência de setores que estão na coalizão, mas isso não significa que as pautas não têm que ser colocadas e disputadas, até porque o outro lado está disputando a pauta deles”, concluiu.

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: