Escritora e apresentadora, Eliana Cruz fala do polêmico 13 de maio, em entrevista ao 247
13 de maio marca o dia da assinatura da “Lei Áurea”: "estava tudo por explodir. O melhor foi liberar logo todos, antes que aquilo se espalhasse por todo o país"
247 - A data de 13 de maio, que marca a “Abolição da Escravatura”, sempre provoca celeuma. Esta é a avaliação da premiada escritora Eliana Alves Cruz, apresentadora do programa da TV Brasil (EBC) “Trilha de Letras” e entrevistada da semana no “Denise Assis Convida”, que vai ao ar neste domingo (12), às 12h, na TV 247.
Trata-se, no seu entender, de uma data que homenageia uma princesa às vezes apresentada como 'grande', e sob outros olhares, não tão 'grande' assim. Em sua opinião, o 13 de maio é fruto de uma pressão que veio sendo construída sob a violência cometida pelos senhores de engenho e “donos” dos escravizados. “Não acho que foi coincidência que a lei tenha sido assinada exatamente no dia da Revolta das Carrancas, quando um grupo assassinou os patrões. Estava tudo por explodir. O melhor foi liberar logo todos, antes que aquilo se espalhasse por todo o país”.
Eliana se refere ao enforcamento, no interior de Minas, de um grupo que matou toda a família dos seus senhores, que costumava praticar violências terríveis contra os seus escravizados. Eles foram condenados à forca e executados justo na data em que a princesa Isabel assinou aquela que ficou conhecida como a “Lei Áurea”. “Aconteciam coisas absurdas. É até difícil imaginar tanto sofrimento”, enfatiza. A escritora se dedica em seus romances a investigar a saga dos seus ancestrais, os costumes, cultos e crenças, transportando os leitores para esse universo com expressões em Yorubá arcaico, fruto de longas pesquisas.
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