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"Haddad vai mudar a meta fiscal e o mercado fará terrorismo", diz David Decacche

"A camisa de força da austeridade fiscal é que impede o aumento da popularidade do presidente Lula", acrescenta o economista

(Foto: Divulgação | ABR)

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247 – Em entrevista ao jornalista Leonardo Attuch, editor da TV 247, o economista David Deccache, assessor do Psol e professor da Universidade de Brasília (UnB), trouxe à tona suas previsões sobre as mudanças na política fiscal do ministro Fernando Haddad e os desafios que virão junto com essas decisões.

De acordo com Deccache, uma alteração na meta fiscal será inevitável, sendo esta uma medida que enfrentará forte oposição por parte do mercado financeiro. O economista alerta para o que chama de "terrorismo econômico" que se seguirá, ressaltando que a camisa de força da austeridade fiscal tem sido um entrave para o aumento da popularidade do presidente Lula. "Haddad vai mudar a meta fiscal e o mercado fará terrorismo", diz ele. "A camisa de força da austeridade fiscal é que impede o aumento da popularidade do presidente Lula", acrescenta.

Segundo Deccache, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) de transição desempenhou um papel crucial no bom desempenho do governo Lula em 2023. No entanto, o economista denunciou um suposto "terrorismo" orquestrado pelo mercado financeiro contra os gastos públicos e sociais, destacando que a atual lógica de precarização do Estado abre espaço para a mercantilização dos serviços públicos.

A austeridade fiscal, conforme salientado por Deccache, não apenas impõe um freio para o aumento dos salários, mas também acarretará em uma desaceleração do crescimento econômico em 2024. O economista prevê retrocessos em várias áreas de despesas, com riscos de eliminação dos pisos constitucionais da saúde e da educação.

O ponto central das previsões de Deccache é a inevitabilidade de uma revisão na meta fiscal, que ele sugere que ocorrerá em março, ou, do contrário, o governo enfrentará um contingenciamento severo. O economista destaca uma tendência estrutural de deterioração do orçamento e ressalta que Haddad enfrenta um dilema: manter a meta zero, cortando gastos com o apoio do mercado, ou modificar a meta e enfrentar possíveis ataques.

Diante desses desafios, Deccache sugere que o novo caminho de Haddad deve ser a retomada do crescimento econômico. Assista:

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