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“O núcleo do bolsonarismo está nas Forças Armadas”, diz Valter Pomar

“Desde a época da discussão do programa de reconstrução e transformação se tem omitido o debate sobre a Defesa”, disse o dirigente nacional do PT

Valter Pomar e Bolsonaro (Foto: Brasil 247 | Clauber Cleber Caetano/PR)

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247 - O professor de Relações Internacionais da Universidade Federal do ABC (UFABC), historiador e dirigente nacional do PT, Valter Pomar, participou do programa Giro das Onze, da TV 247.

Pomar analisou as primeiras medidas do futuro governo Lula. Ele apontou a Defesa como um dos pontos críticos e preocupantes do futuro governo.

“Desde a época da discussão do programa de reconstrução e transformação se tem omitido o debate sobre a Defesa. Assim como não se deu publicidade - se é que ocorreu - ao tema na transição, já que não existiu um grupo para discutir a Defesa, e no relatório isso aparece em três momentos em que não se diz o que se deveria dizer: que as FFAA estão contaminadas de alto a baixo pela lógica bolsonarista e que querem continuar exercendo o ‘poder moderador’ frente ao governo eleito pelo povo. É por isso que os acampamentos estão em frente aos quartéis”, apontou Pomar.

Para ele, “o núcleo e a inspiração do bolsonarismo estão nas Forças Armadas”.

“Está nos quartéis e, portanto, o desmonte do bolsonarismo, se é para valer, tem que começar também aí. O fato é que o José Múcio é um ministro escolhido pelos militares. E o outro fato é que os comandantes militares anunciados são tão bolsonaristas quanto os anteriores. É muito grave”, advertiu. 

Outro ponto levantado por Pomar foi a nomeação de Geraldo Alckmin (PSB-SP), o vice-presidente eleito,  para o futuro Ministério da Indústria e Comércio.

“A nomeação dele para ministro revela que vários convidados integrantes da classe dominante não querem se comprometer com a gestão do governo. O que indica que mesmo setores do empresariado que escolheram apoiar Lula para tirar Bolsonaro já estão começando a fazer uma segunda operação que é pressionar o governo Lula para dar continuidade a mesma política antes implementada por Paulo Guedes”, aponta.

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