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"Privatizada, Eletrobrás não está alinhada com as necessidades do setor elétrico", diz professora da UFRJ

"A lógica de distribuição de dividendos e a necessidade de agradar acionistas entra em conflito com as necessidades de uma empresa de energia", destacou Clarice Ferraz. Assista

Clarice Ferraz (Foto: Reprodução | Agência Brasil)

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247 - A professora de economia da UFRJ e diretora do Instituto Ilumina, Clarice Ferraz, expressou suas preocupações sobre a privatização da Eletrobrás e seus possíveis impactos no setor elétrico e na economia brasileira. Em entrevista à TV 247, Ferraz destacou os desafios de gerir uma empresa de energia sob uma lógica de distribuição de dividendos e interesses acionários.

"O problema (da privatização) é que quando essa empresa passa a ser gerida por um grupo que tem a responsabilidade de distribuir dividendos e agradar os acionistas, entra em conflito com as necessidades de uma empresa de energia. A estrutura de mercado tradicional entra em conflito, onde os agentes devem distribuir dividendos para manter o caixa. Isso não está alinhado com as necessidades de investimento do setor elétrico atual”, analisou a especialista.

A professora também enfatizou a importância estratégica da Eletrobrás, que detém mais de 40% das linhas de transmissão do país, e alertou para os riscos de negligenciar a sustentabilidade e qualidade desses ativos, afirmando: "haverá consequências negativas. Isso vai além das preocupações ambientais e afeta a própria operação e desenvolvimento da empresa”.

Ferraz chamou a atenção para a necessidade de investir em infraestrutura e tecnologias de energia renovável, especialmente no contexto das mudanças climáticas e da transição energética. Ela destacou a importância da interligação do sistema elétrico brasileiro para lidar com a variabilidade de fontes renováveis, como a solar, e criticou a falta de planejamento: "a transmissão desempenha um papel fundamental, visto que o sistema elétrico brasileiro foi concebido para ser interligado”.

Por fim, ela também questionou a capacidade do governo Lula (PT) de enfrentar os desafios do setor elétrico, especialmente após a privatização da Eletrobrás pelo governo Jair Bolsonaro (PL). Assista à entrevista completa no vídeo abaixo: 

 

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