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    Protecionismo de Trump vai pesar no bolso do cidadão estadunidense

    Famílias americanas podem gastar até US$ 1.300 a mais por ano com tarifas; especialistas alertam para inflação e aumento do desemprego

    (Foto: ALLISON ROBBERT/Pool via REUTERS)

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    247 - A proposta de Donald Trump de aplicar tarifas de 25% sobre produtos importados de Canadá e México, parceiros tradicionais no comércio norte-americano, levanta preocupações sobre os custos para a população e os impactos econômicos mais amplos. Conforme análise publicada pelo jornal El País, essas tarifas podem gerar um aumento médio de US$ 1.300 anuais nas despesas das famílias americanas, com reflexos em bens de consumo essenciais, serviços e até na cadeia produtiva.Segundo o Center for American Progress (CAP), citado pelo El País, esses custos seriam repassados aos consumidores de duas formas principais. A primeira está relacionada ao aumento de preços finais devido aos custos adicionais enfrentados por produtores nos Estados Unidos. “Os custos serão repassados diretamente, e famílias que estejam, por exemplo, mobiliando suas casas podem sentir aumentos ainda maiores”, explicou Brendan Duke, diretor sênior de política econômica do CAP.

    Além disso, os produtos importados sofrerão aumentos imediatos. Combustíveis, alimentos e eletrônicos estão entre os itens mais afetados. Duke destacou o impacto sobre o preço da gasolina, especialmente no Meio-Oeste, que depende do petróleo canadense. “O custo adicional para as famílias pode ser de US$ 150 por ano em combustível, além de aumentos em itens alimentares como abacates e limões, cuja importação mexicana é essencial”, afirmou.

    Impactos econômicos de longo prazo

    Estudos da Tax Foundation mostram que medidas tarifárias semelhantes, introduzidas durante o governo Trump e mantidas por Joe Biden, já elevaram preços ao consumidor e reduziram o crescimento econômico. “Estimamos que o PIB pode encolher 0,4% no longo prazo, com a perda de até 344.900 empregos”, afirmou a instituição, alertando ainda para os riscos de uma escalada que desencadeie uma guerra comercial global.

    O México e o Canadá são pilares na relação comercial com os EUA. O México, por exemplo, superou a China como maior exportador para os americanos, enquanto o Canadá fornece itens estratégicos como petróleo, madeira e alumínio. Marcelo Ebrard, ministro da Economia do México, estima que até 400.000 empregos podem ser perdidos nos Estados Unidos caso as tarifas sejam implementadas.

    Consequências para o consumidor e setores-chave

    Setores como o de tecnologia e vestuário estão entre os mais afetados. A Consumer Technology Association calcula que o preço de laptops e tablets pode subir até 46%, enquanto brinquedos e calçados terão aumentos significativos. A Federação Nacional de Comerciantes estimou que o impacto total para os consumidores pode variar entre US$ 46 bilhões e US$ 78 bilhões por ano.

    Além dos custos diretos, economistas alertam para o risco de pressões inflacionárias adicionais, com as taxas de juros permanecendo elevadas para conter a alta nos preços. O impacto pode ser devastador não apenas para os consumidores, mas também para as cadeias produtivas profundamente integradas na América do Norte.

    Enquanto especialistas questionam a eficiência das tarifas como ferramenta de negociação, os consumidores americanos já se preparam para arcar com os custos de uma política que promete sacudir a economia global.

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