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Samuel Braun: resposta de Israel em Gaza pode alimentar o antissemitismo

"A figura do judeu é indissociável das ações do estado de Israel", disse o professor, que tem ascendência judaica

Samuel Braun | Protesto pró Palestina em Nova York (Foto: Divulgação | REUTERS/Jeenah Moon)

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247 – O professor de políticas públicas Samuel Braun, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), concedeu uma entrevista ao jornalista Leonardo Attuch, editor da TV 247, em que falou sobre o genocídio que vem sendo promovido pelo governo de Israel contra o povo palestino e as possíveis consequências. "A resposta extremamente agressiva de Israel pode alimentar o antissemitismo no mundo", disse ele, que tem ascendência judaica. "A figura do judeu é indissociável das ações do estado de Israel", complementou.

Na entrevista, Braun explicou que o sionismo é um projeto colonial e por isso mesmo não se pode falar em sionismo progressista ou de esquerda. "Seria o mesmo que falar grilagem ou tomada de terra de esquerda", pontuou. Braun lembrou que a criação do estado de Israel foi uma operação de colonização financiada pelo império britânico. "Israel é uma criatura do imperialismo e tem vocação para ser um instrumento permanente do Império. Na prática, se tornou uma base militar dos Estados Unidos no Oriente Médio", afirmou.

Sobre as razões do conflito, Braun afirmou que a atuação da China, que coordenou uma aproximação entre Irã e Arábia Saudita, mexeu no tabuleiro geopolítico. Segundo ele, o bloco ocidental se coloca a favor da continuidade da guerra, enquanto os apelos pela paz partem do Sul Global. Mas ele pontua que o bloco de países que se coloca contra os Estados Unidos, com Rússia e China à frente, é multifacetado e não é hierarquizado, ao contrário do bloco ocidental.

O professor também afirmou que não vê a possibilidade de uma guerra total declarada, como foi a Segunda Guerra Mundial, mas sim conflitos localizados em que se reproduz a lógica desta bipolaridade. "O melhor espaço para o Brasil é o de mediação entre esses dois blocos, como representante do Sul Global e dos países pendulares entre os dois blocos", disse ele. Assista: 

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