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"Se não for quebrada a financeirização, industrialização será voo de galinha", diz Alysson Mascaro

Professor e filósofo afirma que os marcos do retrocesso brasileiro são a privatização e a financeirização

(Foto: Divulgação | Ricardo Stuckert/PR)

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247 – Em uma recente entrevista à TV 247, o renomado professor e filósofo Alysson Mascaro trouxe à tona questões cruciais sobre o desenvolvimento industrial brasileiro. Com uma análise incisiva, Mascaro destacou que, sem romper com a financeirização, os esforços de industrialização do país podem ser efêmeros, caracterizando-os como um "voo de galinha".

Alysson Mascaro não economizou palavras ao descrever a situação estrutural do Brasil. Ele argumentou que as políticas progressistas enfrentam um impasse significativo diante da influência da burguesia e do imperialismo, elementos presentes em todas as nações. No entanto, ele ressaltou que os marcos do retrocesso brasileiro são, principalmente, a privatização e a financeirização.

"Nada disso está sendo tocado pelo governo Lula, a não ser de forma pontual", observou Mascaro durante a entrevista. Ele criticou a falta de abordagem sistemática desses problemas fundamentais, essenciais para uma real transformação industrial.

Mascaro enfatizou ainda que a industrialização decisiva só pode ocorrer se a sociedade quebrar a casca da semente, representada pela financeirização. Para ele, a ausência desse rompimento compromete seriamente qualquer esforço de desenvolvimento industrial sustentável.

As declarações de Mascaro surgem em meio ao anúncio do plano da Nova Indústria Brasil (NIB) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O plano, que promete investir vultuosos R$ 300 bilhões até 2026, busca impulsionar a neoindustrialização do país, enfocando aspectos de sustentabilidade e inovação.

Durante o evento de apresentação do plano, o presidente Lula destacou a necessidade premente de uma política industrial robusta para o avanço do Brasil. Ele enfatizou a importância de uma abordagem inovadora e digitalizada para a indústria nacional, visando superar os desafios persistentes que impedem o país de alcançar seu pleno potencial de desenvolvimento.

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Geraldo Alckmin, acrescentou que a NIB prioriza a pesquisa, a tecnologia e a responsabilidade social e ambiental. O plano delineia missões que abrangem desde o fortalecimento das cadeias agroindustriais até a promoção da bioeconomia e descarbonização.

As observações de Alysson Mascaro trazem à tona uma reflexão crucial sobre os rumos da industrialização brasileira. Enquanto o país se lança em iniciativas ambiciosas como a NIB, é fundamental não perder de vista os desafios estruturais que podem minar esses esforços. Assista:

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