Eduardo na busca pela unidade no PSB
O principal gesto pacificador de Campos foi oferecer a Secretaria de Relaes Institucionais do PSB ao ex-ministro Ciro Gomes, at ento o principal foco de dissidncia no partido.
BRASÍLIA - Com um olho nas eleições municipais do ano que vem e outro nas presidenciais de 2014, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, dedicou-se nos últimos 45 dias a tentar restabelecer a unidade do PSB, partido que preside. O principal gesto pacificador de Campos foi oferecer a Secretaria de Relações Institucionais do PSB ao ex-ministro Ciro Gomes, até então o principal foco de dissidência no partido.
Por trás da ofensiva de Eduardo Campos pela paz no PSB está a intenção de se fortalecer perante o PT em 2014, numa eventual vice numa chapa com Dilma Rousseff, o que significará uma rasteira no PMDB, hoje o principal parceiro dos petistas.
Mas, dependendo da evolução política e do leque de alianças que pretende fazer com partidos governistas e de oposição, em outubro, Campos trabalha até com a possibilidade de o PSB lançar um candidato próprio à sucessão de Dilma. O principal nome é o dele mesmo. Eduardo Campos tem sido apontado insistentemente como provável candidato à Presidência. Pesquisa Band/Ibope feita no final de dezembro registrou aprovação de 89% a seu governo.
O governador sabe, no entanto, que tem em Ciro Gomes um adversário interno, que vem reivindicando o direito de ser o candidato a presidente da República em 2014. Durante o congresso do PSB que reconduziu Campos à presidência do partido, no início de dezembro, Ciro chegou a dizer que respeitava o desejo do governador de se candidatar, mas se considerava mais preparado. Ele (Eduardo) precisa de mais estrada.
Eduardo trabalha muito nos bastidores. E foi pensando nisso que ele se reaproximou de Ciro Gomes. Em vez de rebater o rebelde ex-ministro em relação à falta de estrada, preferiu dizer que Ciro era, de fato, o único candidato à Presidência dentro do partido. Afirmou, ainda, que está empenhado num projeto político que, no momento, é encabeçado por Dilma Rousseff.
O PT vê as movimentações de Eduardo com muita desconfiança. O partido sabe da simpatia que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem pelo neto do ex-governador Miguel Arraes, o que pode ser um forte incentivo para as pretensões eleitorais do governador. E vê ainda com maior preocupação a desenvoltura de Eduardo em traçar alianças no Sul e no Sudeste que excluem o PT.
Um dos exemplos está na Prefeitura de Curitiba. Na capital do Paraná, o PT foi tão excluído de uma aliança com o PSB, que o partido de Dilma Rousseff deverá abrir mão de disputar a prefeitura para apoiar Gustavo Fruet, do PDT, ex-tucano. O adversário a ser batido é o socialista Luciano Ducci, que tem o apoio do PSDB, do DEM e do PPS.
Eduardo já deixou claro que seu objetivo é fazer o PSB crescer nas eleições municipais de outubro. Segundo seus planos, o partido que dirige deverá participar do pleito em 4 mil municípios, com cabeça de chapa em cerca de 1,5 mil. Nas contas de Campos, será possível eleger perto de 500 prefeitos.
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