Mais rápida, grave e letal entre jovens: nova onda do coronavírus preocupa médicos em Manaus
"Neste ano, eu já vi mais 150 pessoas aqui na clínica e mais 300 no serviço público", contou o infectologista e pesquisador Noaldo Lucena. "Digo que menos de 2% deles tinham comprometimento leve. Os demais eram comprometidos acima de 50%"
247 - Profissionais de saúde de Manaus (AM) afirmaram que a segunda onda do coronavírus tem maior transmissibilidade causada por mutações em comparação com a primeira onda. De acordo com profissionais, a Covid-19 está formando infecções mais graves e em menos tempo.
"Algo de muito diferente está ocorrendo em Manaus", afirmou o infectologista e pesquisador Noaldo Lucena, que atua em clínica popular, atendimento domiciliar e hospitais públicos. "Não sei informar se é uma cepa nova ou se é algo diferente. Mas quem está na linha de frente está vendo um aumento da gravidade dos casos", acrescentou. Os relatos foram publicados pelo portal Uol.
"Neste ano, eu já vi mais 150 pessoas aqui na clínica e mais 300 no serviço público. Digo que menos de 2% deles tinham comprometimento leve. Os demais eram comprometidos acima de 50%. Alguns com 70%, 80%, 90%, com necessidade de internação imediata e até suporte ventilatório", continuou.
Segundo o médico, agora a doença apresenta menos sintomas capazes de serem percebidos em um exame clínico. "Você ausculta o pulmão do paciente e não escuta nada. Mas, quando vemos a imagem tomográfica, não acredita como há um comprometimento tão grande com tão pouca repercussão clínica notória".
Manaus sofre até com a falta de oxigênio no sistema de saúde, o que obrigou autoridades amazonense a pedir ajuda a outros estados. O governo venezuelano, comandado por Nicolas Maduro, autorizou o envio de 107 médicos da Brigada Simón Bolívar para ajudar no combate à pandemia na capital.
Seguindo determinação do ministro do STF Ricardo Lewandowski, a Advocacia-Geral da União (AGU) enviou um ofício à Corte revelando que o governo federal sabia do iminente colapso do sistema de saúde no Amazonas 10 dias antes da crise.
De acordo com o procurador da República Igor Spindola, a causa principal para que o oxigênio faltasse para em Manaus na última semana foi a interrupção do transporte deste insumo pela Força Aérea Brasileira (FAB). Ainda não se sabe por ordem de quem.
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