Por: Equipe Saúde 247
A risada relaxa o corpo e a mente. Quando uma pessoa ri, o organismo libera endorfina, hormônio que promove uma sensação de bem-estar geral. Diversas pesquisas no mundo chegaram a conclusões que o riso emagrece, favorece a autoestima, diminui a dor, favorece a circulação sanguínea e reduz o estresse. A pessoa que não sorri não sinaliza bem que deseja uma proximidade, que está disponível para conversar, se relacionar.
Nos dias que correm, em meio as agruras cada vez mais intensas da vida moderna, é preciso sensibilizar as pessoas para o poder do sorriso, e preveni-las contra as agruras provocadas pelo negativismo e pelo mau humor constante. Nesse sentido, para começar, vale a pena refletir um pouco sobre a anatomia do sorriso e o seu efeito no nosso corpo, saúde, bem-estar e até longevidade.
Anatomia do sorriso
Os principais músculos da boca envolvidos no sorriso são os zigomáticos, que, por sua vez, estão ligados aos nervos faciais. Quando sorrimos, estes nervos enviam sinais ao cérebro, libertando neurotransmissores como a dopamina, endorfinas e serotonina na corrente sanguínea. Essas substâncias químicas naturais ajudam a acalmar o sistema nervoso central e reduzem o batimento cardíaco e a pressão arterial.
Assim sendo:
– Dopamina: dá energia, motivação, excitação e é necessária para a mudança de hábitos;
– Endorfinas: reduzem a nossa percepção de dor e desencadeiam uma euforia positiva no corpo, semelhante à morfina;
– Serotonina: é responsável pelo estado de humor.
Por outro lado, quando sorrimos o cérebro recebe neuropeptídeos, proteínas nervosas que regulam o funcionamento e comunicação das células umas com as outras, transmitindo ao corpo o nosso estado emocional: se estamos tristes ou zangados, ou se estamos excitados ou felizes.
O sorriso genuíno
Como vimos, os músculos da boca podem esboçar um sorriso, mas para ser “verdadeiro” falta mais alguma coisa. Além dos músculos zigomáticos, é necessário que os músculos orbiculares dos olhos sejam acionados ao mesmo tempo.
É assim o sorriso genuíno: com a boca e com os olhos. Os psicólogos denominam este movimento por sorriso de Duchenne. O seu nome vem do anatomista francês, Guillaume Duchenne, que estudou a expressão facial no século 19.
O sorriso falso
Mesmo que não tenha vontade de sorrir, saiba que ao fingir o sorriso pode contribuir para que fique, efetivamente, mais feliz. De fato, ao sorrir pode você pode “enganar” o seu cérebro. Sarah Pressman, da Universidade do Kansas, afirma que “não é só o fato do nosso cérebro se sentir feliz que nos faz sorrir, é o contrário: sentimos o sorriso e ficamos felizes.”
O sorriso é uma das expressões faciais mais recorrentes e universais em todas as culturas da humanidade. Quando alguém sorri, comunica aos outros que é uma pessoa que vale a pena conhecer. De fato, há evidências de que o sorriso pode beneficiar não só a sua saúde como também a percepção que os outros têm de si, seja no local de trabalho ou num contexto social.
Estudos demonstram que quem sorri é visto pelas outras pessoas como mais atrativo, confiável, relaxado e sincero. Quando vemos uma expressão facial, recriamos essa expressão no cérebro de modo a compreendê-la. É necessário haver um esforço consciente para não sorrir de volta a quem nos sorri.
As pessoas que projetam uma imagem positiva são, geralmente, mais abertas e flexíveis. Tendem a responder melhor a desafios do que as pessoas que são mais introspectivas e que sorriem pouco.
Benefícios para a saúde
São inúmeras as vantagens de sorrir. Não só para a sua relação com os outros, mas também para a saúde e longevidade. O sorriso reduz o stress e ajuda a memória: Uma experiência demonstrou que o ritmo cardíaco regressa mais facilmente à normalidade quando nos dizem para sorrir. Foi também demonstrado que o ato de sorrir reduz os níveis de cortisol e que, inclusive, ajuda à memória. Rir melhora o nosso estado de humor: Ao produzir e liberar no organismo substâncias químicas como a dopamina, endorfinas e serotonina eleva o humor e acalma o sistema nervoso.
Sorrir também beneficia e estimula a longevidade: um estudo analisou as fotografias de 230 jogadores de beisebol de 1952. Os seus sorrisos foram caracterizados como “sorriso Duchenne” (genuíno), “sorriso parcial” e “sem sorriso”. Descobriu-se que os jogadores com os sorrisos mais autênticos viveram mais anos do que os que sorriam parcialmente ou os que não sorriam de todo. Em média, os jogadores que não sorriam viveram 72,9 anos, menos 2 anos do que os que sorriam parcialmente. Quanto aos que sorriam sinceramente viveram, em média, 79,9 anos.
Em outro estudo similar, foram codificados os sorrisos de 114 mulheres que tiraram as suas fotos de formatura escolar entre 1958 e 1960. Três dessas mulheres não sorriam, 50 tinham sorrisos de Duchenne e 61 tinham sorrisos de ocasião. As mulheres com sorrisos genuínos tiveram maiores níveis de avaliação física e de bem-estar emocional mais de 30 anos após as fotos terem sido tiradas.