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    “Viagem de Lula à China marca o fim da doutrina Monroe”, diz analista geopolítico indiano

    “Presidente Lula chega hoje à China para uma visita de 4 dias, que anunciará uma mudança tectônica na geopolítica da América Latina”, escreveu S.L. Kathan

    Luiz Inácio Lula da Silva e Xi Jinping (Foto: Reuters)

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    247 — O analista geopolítico indiano S.L. Kathan afirmou no Twitter, nesta segunda-feira (9), que a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à China pode marcar o fim da Doutrina Monroe.

    “O Presidente Lula chega hoje à China para uma visita de 4 dias, que anunciará uma mudança tectônica na geopolítica da América Latina. O paradigma #1 é, naturalmente, o uso do Yuan no comércio bilateral Brasil-China. #2: Se o Brasil se unir à Iniciativa Cinturão e Rota (ICR), cabeças explodirão em Washington! Ano passado, a Argentina aderiu ao ICR. #3: será um impulso significativo nos investimentos, na infraestrutura e no comércio. O Brasil precisa crescer sua economia com bons empregos. Há aqui muitas oportunidades de ganho mútuo. Por exemplo, a China pode abrir numerosas fábricas no Brasil para exportar para a América Latina e até mesmo para os EUA. #4: Xi Jinping e Lula definitivamente discutirão o plano de paz da Ucrânia, a expansão dos BRICS, a moeda BRICS e a arquitetura para a era do pós-século americano. 2023 poderá ser o ano da morte da Doutrina Monroe”.

    O que foi a Doutrina Monroe

    A Doutrina Monroe foi uma política externa dos Estados Unidos, proclamada pelo presidente James Monroe em 1823. Esta doutrina afirmava que qualquer interferência política por potências europeias nas nações do continente americano seria vista como uma ameaça à segurança nacional dos Estados Unidos. Em outras palavras, a doutrina afirmava que a América do Norte e do Sul estavam sob a influência dos Estados Unidos e que qualquer tentativa de colonização ou intervenção estrangeira seria considerada inaceitável. A Doutrina Monroe se tornou um importante componente da política externa dos Estados Unidos ao longo dos anos e influenciou significativamente as relações com os países latino-americanos, bem como as relações com outras potências mundiais.

    A Doutrina Monroe, em conjunto com outras políticas e eventos históricos, contribuiu para a ideia de que os Estados Unidos tinham uma influência especial e uma responsabilidade em relação aos assuntos políticos e econômicos da América Latina. Essa ideia foi reforçada por uma série de intervenções militares e políticas, além de acordos comerciais desfavoráveis, que muitas vezes foram impostos pelos Estados Unidos na região.

    Essa postura expansionista dos Estados Unidos na América Latina, em grande parte motivada pela Doutrina Monroe, acabou levando à visão de que a América Latina era um “quintal” dos EUA, ou seja, uma região subordinada à influência dos Estados Unidos, onde eles podiam intervir e exercer poder de forma praticamente irrestrita.

    Essa visão foi acentuada durante a Guerra Fria, quando os Estados Unidos viram a América Latina como uma área de influência vital, onde a luta contra o comunismo e outras influências ideológicas estrangeiras era uma prioridade. Isso resultou em uma série de intervenções militares e políticas na região, incluindo o apoio a regimes autoritários e a oposição a governos que não eram vistos como alinhados aos interesses dos Estados Unidos.

    Em resumo, a Doutrina Monroe, juntamente com outras políticas e intervenções históricas dos Estados Unidos, acabou contribuindo para a percepção de que a América Latina era um “quintal” dos EUA, uma região onde eles poderiam exercer poder de forma praticamente irrestrita, resultando em um histórico de intervenções e influência norte-americana na região.

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