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    Como a State Grid no Brasil impulsiona a matriz elétrica verde do País?

    As “avenidas da eletricidade” entre o Xingu e o Sudeste melhoraram significativamente a alocação de energia limpa e a capacidade de desenvolvimento econômico e social do País

    (Foto: Rádio Internacional da China)

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    Leonardo Sobreira, de Pequim (247) - Uma das dádivas naturais do Brasil é a abundância de fontes de energia limpa. O País explora com êxito esta disposição, sendo o líder na América Latina em energia elétrica renovável e estando entre os 15 países com melhores oportunidades de investimento no ramo.

    Com mais de 80% de sua eletricidade gerada a partir de fontes renováveis, em comparação a uma média mundial de apenas cerca de 27%, o Brasil tem na chinesa State Grid sua principal parceira externa na exploração das potencialidades elétricas verdes. Fundada em 2010, a State Grid Brazil Holding S.A já atuou na construção de alguns dos principais megaprojetos energéticos no País, implantando linhas de transmissão que atravessam biomas e regiões enquanto mantêm as capacidades mais elevadas no mercado e perdas mínimas --as linhas de ultra-alta tensão. 

    Exemplo máximo desse feito de engenharia são as linhas de transmissão de ultra-alta tensão que conectam a usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, à região Sudeste, construídas e operadas em grande parte pela SGBH. A infraestrutura abastece a demanda elétrica de mais de 22 milhões de pessoas, atravessando mais de 2 mil quilômetros com uma capacidade de transmissão de 4 mil MW e a tecnologia mais avançada em todas as Américas. Ao todo, a empresa opera mais de 16 mil quilômetros de linhas de transmissão no Brasil. 

    As “avenidas da eletricidade” entre o Xingu e o Sudeste melhoraram significativamente a alocação de energia limpa e a capacidade de desenvolvimento econômico e social do País, gerando 25 mil empregos diretos ao longo do caminho. O projeto também conquistou diversos prêmios e tornou-se modelo para a cooperação internacional em energia elétrica. 

    Um representante da State Grid em Pequim destacou que a companhia também observa novos mercados na região: “atualmente, a cooperação sino-latinoamericana entrou em um novo período histórico. Os dois lados têm amplas perspectivas de cooperação nos campos de energia e eletricidade no futuro”. 

    Meio ambiente e responsabilidade social

    Um dos diferenciais da atuação da State Grid no Brasil é o olhar ambiental, em linha com as diretrizes verdes da Iniciativa do Cinturão e Rota e o ensinamento chinês de que “as águas limpas e as montanhas verdejantes são ativos inestimáveis”. No Brasil, há mais de 20 mil leis e regulações sobre proteção ambiental, e qualquer projeto de infraestrutura precisa passar pelo processo de aprovação minucioso do Ibama. Os projetos de linhas de ultra-alta tensão de Belo Monte da State Grid seguiram estritamente a legislação ambiental, tendo promovido, entre 2014 e 2017, 17 audiências públicas que contaram com a participação de mais de 2,300 participantes. Durante a fase de planejamento, a SGBH chegou a estabelecer um departamento exclusivo para análise de impacto ambiental. 

    Com o objetivo de proteger as reservas naturais ao longo da rota de transmissão, os engenheiros da SGBH otimizaram o caminho e modificaram o traçado de 183 linhas. Também ergueram torres de até 105 metros no território amazônico, muito acima da média de 80 metros do trecho, garantindo assim a proteção da rica biodiversidade brasileira. A equipe compensou o desmatamento plantando cerca de 2 mil hectares de árvores, resgatando 2,274 espécies de plantas, implementando 6,200 medidas de proteção para animais e protegendo 63 sítios arqueológicos. 

    Segundo o encarregado de Avaliação de Impacto Ambiental do Ibama, “os projetos de transmissão de ultra-alta tensão de Belo Monte ativamente cumpriram suas obrigações ambientais, solidamente conduziram pesquisa ambiental e atingiram metas de AIA. Esses esforços merecem o nosso respeito”. 

    Para cada desafio que a State Grid encontra, uma solução diferente e inovadora é implementada em prol das comunidades locais. Em Tocantins, por exemplo, quilombolas viram instalada uma fábrica de polpa de frutas que, com o apoio de aulas sobre empreendedorismo oferecidas também pela empresa, proporcionou novas oportunidades econômicas à comunidade. A State Grid já patrocinou mais de 450 projetos de caráter social, como a Orquestra Maré do Amanhã, o Sítio Arqueológico Cais do Valongo e o Hospital da CPFL, beneficiando mais de 110 mil pessoas. 

    Inovação

    É na base de testes de sistemas de ultra-alta tensão da State Grid, em Changping, Pequim, que alguns dos estudos-chave da estatal chinesa são realizados. O parque tecnológico cobre uma área de 64 acres e consiste em uma linha de teste de ultra-alta tensão, uma gaiola corona, um sítio externo e interno, além de laboratórios ambientais e climáticos e laboratórios isolante e de para-raios. A base foi desenhada inteiramente pela China e construída no doméstico, tendo produzido 55 grandes inovações tecnológicas. 

    Os avanços foram atingidos em tempo recorde. Em menos de 20 anos, o desenvolvimento da tecnologia pela China passou pelo estágio de rascunho ao nível de líder mundial: a proposta de desenvolvimento de linhas de ultra-alta tensão veio em 2004, o primeiro projeto na China foi completado em 2009, e em 2022, já são 30. 

    A distribuição dos recursos energéticos na China explica a necessidade de celeridade do desenvolvimento das linhas de ultra-alta tensão. Mais de 80% das fontes estão distribuídas no Oeste e no Norte da China, enquanto mais de 70% da eletricidade é consumida no Leste e no Centro. Hoje, a State Grid oferece energia elétrica a 26 províncias chinesas, cobrindo 88% do território e servindo mais de 1,1 bilhão de pessoas.

    Para o presente e futuro, a jovem estatal aposta na estampa verde de seus projetos no doméstico e no exterior. É com esse ímpeto que a companhia pretende escalar suas atividades no Brasil. “O Brasil tem grande potencial nesse ramo”, destacou um representante da State Grid em Pequim, apontando para estudos sobre ligar a capacidade eólica do Nordeste brasileiro, que conta com centros como Gameleira, ao restante do País.

    “Apoiamos o objetivo brasileiro de atingir neutralidade de carbono em 2050”, acrescentou. 

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