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Ibama diz que socorro da Petrobrás levaria 43 horas em caso de vazamento na foz do Amazonas

Segundo cálculos do Ibama, óleo poderia atingir águas fora do território brasileiro em até dez horas

Casa entre rios próximos à foz do rio Amazonas, no litoral do estado do Amapá - 31/03/2017 (Foto: Ricardo Moraes/Reuters)

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247 — O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) negou à Petrobras a permissão para perfurar a foz do rio Amazonas em busca de petróleo, citando o tempo de resposta insuficiente em caso de vazamento e a vulnerabilidade da fauna local. A distância entre a base de operações em Belém e o local do poço, em frente ao Oiapoque (AP), seria de 830 quilômetros, exigindo cerca de 43 horas para uma embarcação chegar ao local em caso de emergência.

O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, concordou com a decisão e afirmou que o plano apresentado pela Petrobras era insuficiente para lidar adequadamente com um vazamento de óleo. Segundo cálculos do Ibama, o óleo poderia atingir águas fora do território brasileiro em até dez horas. O bloco de perfuração está localizado próximo à Guiana Francesa.

A Petrobras mobilizou uma série de embarcações e helicópteros de apoio para o projeto, gastando cerca de R$ 3 milhões por dia. Após a negativa da licença, a empresa estatal afirmou que desmobilizaria os equipamentos, mas o Ministério de Minas e Energia pediu que a Petrobras insista na empreitada e não retire os equipamentos do local.

O Relatório de Impacto Ambiental usado pelo Ibama na análise do projeto considera que os impactos previstos e os possíveis riscos da operação não apresentam restrições à concessão da licença ambiental. No entanto, o relatório identifica vários impactos ambientais e socioeconômicos negativos, incluindo o aumento no tráfego de embarcações, que afetaria a vida marinha local, e a intensificação dos voos na região, o que teria impacto sobre as comunidades indígenas.

Além disso, o relatório destaca a diversidade e a vulnerabilidade da fauna local, que abriga espécies ameaçadas de extinção, incluindo mamíferos marinhos e aves aquáticas. O parecer do Ibama ressalta a necessidade de um robusto plano de proteção devido à peculiaridade do ambiente na região, que é distinto das áreas onde a exploração de petróleo já ocorre no país.

A Petrobras está analisando a possibilidade de pedir reconsideração da decisão e enfatiza que a perfuração é apenas a fase inicial do processo, não requerendo uma avaliação ambiental de toda a região, como solicitado pelo Ibama. A questão levanta um debate político sobre a exploração de petróleo na região amazônica e os impactos ambientais envolvidos.

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