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ABI repudia processo do Flamengo contra 11 jornalistas: 'página infeliz na história do futebol brasileiro'

A Associação Brasileira de Imprensa afirmou 'repudiar a abertura desse processo' contra repórteres do Uol por conta de uma reportagem sobre o incêndio no Ninho do Urubu

Oc'tavio Costa, presidente da ABI, Flamengo e, em mais destaque, o incêndio no Ninho do Urubu, local de treinamento da equipe (Foto: Reprodução (TV 247) / Paula Reis - Flamengo / Ricardo Moraes - Reuters)

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247 - A Associação Brasileira de Imprensa (ABI), presidida por Octávio Costa, publicou nesta sexta-feira (30) no site da instituição um nota de repúdio contra a iniciativa do Flamengo, que processou 11 jornalistas do Portal Uol e o engenheiro José Augusto Bezerra ao entrar com queixa-crime por crime contra a honra (calúnia e difamação) por conta da reportagem "Engenheiro acusa: Flamengo adulterou cena do incêndio", de 6 de março deste ano. 

"Processar criminalmente jornalistas pelo exercício da profissão, prática amplamente utilizada por pessoas e setores pouco afeitos à ética e ao respeito à liberdade de expressão, chegou ao futebol", disse a ABI, que afirmou "repudiar com indignação a abertura desse processo, mais uma página infeliz na história do futebol brasileiro".

Segundo a matéria do Uol, um engenheiro contratado pelo Flamengo, José Augusto Bezerra, disse que o CEO do clube, Reinaldo Belotti, mandou um funcionário arrancar partes de uma instalação elétrica problemática enquanto investigadores continuassem apurando as causas do acidente. "Compromete o resultado da perícia da polícia. É decisivo", complementou Bezerra.

Leia a íntegra da nota emitida pela ABI:

Processar criminalmente jornalistas pelo exercício da profissão, prática amplamente utilizada por pessoas e setores pouco afeitos à ética e ao respeito à liberdade de expressão, chegou ao futebol.

O Flamengo entrou com queixa-crime por crime contra a honra contra 11 profissionais do UOL e o engenheiro José Augusto Bezerra. Em março deste ano, esses jornalistas participaram de matéria em que o engenheiro acusava o Flamengo de ter adulterado a cena do incêndio no Ninho do Urubu, em fevereiro de 2019, quando morreram dez garotos da base do Flamengo.

O clube não incluiu o UOL no processo, apenas os profissionais individualmente. Foram acusados os jornalistas Léo Burlá, Alexandre Araújo, Igor Siqueira, Bruna Sanches, René Cardillo, Márcio L. Castro, Lucas Lima, Bruno Doro, Diego Assis, Leonardo Rodrigues e Pedro Lopes, além do engenheiro José Augusto, que fez as afirmações que basearam a reportagem.

A ABI, por meio de sua Comissão de Defesa da Liberdade de Imprensa e dos Direitos Humanos, já repudiou publicamente a atitude do Flamengo em março deste ano, quando barrou a entrada da equipe do UOL para assistir ao treino do clube, sem uma justificativa oficial. E repudia com indignação a abertura desse processo, mais uma página infeliz na história do futebol brasileiro.

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