Cristina Serra aponta quem são os carrascos da democracia
Jornalista adverte que militares não têm de opinar sobre assuntos políticos
247 - "O governo Bolsonaro emprega em relação às eleições a mesma estratégia que usou desde o começo da pandemia. O negacionismo científico assume agora sua versão de negacionismo eleitoral. A cloroquina da campanha é o ataque incessante à urna eletrônica", escreve Cristina Serra na Folha de S.Paulo.
A jornalista argumenta que se no auge da pandemia, Bolsonaro teve no general Eduardo Pazuello o executor do trabalho sujo que aumentou exponencialmente a mortandade dos brasileiros, na fase atual da desconstrução nacional, "o posto de capataz do assalto à democracia foi ocupado com desembaraço pelo ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira".
E questiona: "Com que moral Oliveira cobra, agora, transparência do TSE sobre os questionamentos feitos pelas Forças Armadas à votação eletrônica?". Para a jornalista, "no intuito de perturbar o processo eleitoral, Oliveira exibe perfil ousado e provocador. Fustiga o poder civil enquanto tabela com Bolsonaro, que anuncia auditoria privada das urnas".
"Militares não são tutores nem moderadores do poder civil para serem chamados a dar pitaco em assunto que não lhes diz respeito. Ao contrário, eles têm uma dívida com o país, com a democracia e com os direitos humanos pelos 21 anos de ditadura. O TSE precisa exercer seu papel com altivez e coragem, bem como as demais instituições do poder civil. Tibieza e covardia servirão apenas para pavimentar o caminho dos carrascos da democracia", conclui.
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