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Folha defende o golpe de estado contra Dilma em editorial com informações falsas

Além de reiterar seu apoio ao processo golpista, Folha atribui a Dilma a recessão provocada pela Lava Jato, pela sabotagem parlamentar e pelo próprio governo de Michel Temer

O presidente Lula e a ex-presidente Dilma Rousseff (Foto: Ricardo Stuckert)

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247 – O jornal Folha de S. Paulo, que foi também um dos pilares do processo golpista de 2016, publica editorial nesta terça-feira 29 para negar a verdade histórica e sustentar que a destituição ilegal da ex-presidente Dilma Rousseff teria ocorrido dentro da normalidade. Como se sabe, Dilma foi afastada a partir de uma narrativa falsa, a das "pedaladas fiscais", para que fosse aplicado um choque neoliberal na economia brasileira, que não tinha base popular para se viabilizar eleitoralmente.

No texto, o jornal praticamente admite que não houve crime de responsabilidade e atribui sua queda a uma recessão econômica – o que não seria crime de responsabilidade – mas que, ainda assim não foi provocada por ela."Não foi a tecnicalidade das pedaladas fiscais, de resto uma prática ofensiva ao Orçamento, que de fato derrubou Dilma Rousseff. Ela caiu porque a sua política econômica produziu recessão monstruosa no país. O PIB recuou 3,6% em 2015 e outros 3,3% no ano seguinte", escreve o editorialista da Folha.

Ocorre que são informações falsas. No fim de 2014, o Brasil havia alcançado a menor taxa de desemprego de sua história. A recessão de 2015 foi causada sobretudo pela Lava Jato, que paralisou milhares de obras e quebrou todo o setor de engenharia no Brasil, assim como pelo processo golpista, que paralisou o Congresso Nacional e trouxe as pautas-bomba do então deputado Eduardo Cunha. Dilma deixou o cargo em 12 de maio de 2016 e a recessão daquele ano já pode ser atribuída ao choque neoliberal de Michel Temer e Henrique Meirelles. Portanto, ainda que uma recessão fosse causa para um processo golpista, ela jamais poderia ser atribuída à ex-presidente.

O editorial da Folha também aponta outro motivo para o golpe de estado. "Nesse solo que se esfacelava, a inapetência parlamentar da presidente —incapaz de sustentar com a poderosa máquina federal um terço de apoio na Câmara dos Deputados— serviu de pá de cal", acrescenta.

Tal argumento é mais uma prova de que houve um golpe de estado, uma vez que o Brasil não é parlamentarista e um Congresso conservador não tem a liberdade de afastar um governo progressista sem que haja um crime de responsabilidade – o que a Folha não aponta em seu editorial.

No fim, a Folha afirma que "quem merece reparação pelos erros da gestão Dilma é o trabalhador brasileiro". Ocorre que desde o golpe de estado de 2016, o Brasil jamais voltou a conhecer uma taxa de desemprego tão baixa como a que foi alcançada no governo Dilma. Além disso, após o golpe, os trabalhadores perderam direitos trabalhistas e previdenciários e a prova de que jamais foram gratos aos golpistas é o destino político de figuras como Michel Temer e Aécio Neves.

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