Folha reconhece "efeito simbólico" da aliança entre Lula e Alckmin
"O que existe, desde já, é um impacto no campo simbólico, o que está longe de ser desimportante numa eleição", aponta editorial
247 – O jornal Folha de S. Paulo reconheceu, em editorial, que a eventual aliança entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-governador Geraldo Alckmin possui forte efeito simbólico. "Luiz Inácio Lula da Silva já havia perdido três disputas presidenciais quando, em 2002, decidiu indicar aos eleitores que pretendia deixar radicalismos de lado e governar com ideias e forças políticas mais amplas. Um dos sinais mais importantes foi a escolha do vice na chapa, que recaiu sobre o empresário José Alencar, então no PL. Lula ensaia um movimento ainda mais vistoso agora, com a articulação para concorrer ao Planalto ao lado do ex-governador de São Paulo e ex-presidenciável Geraldo Alckmin, que apenas outro dia desfiliou-se do PSDB — o partido que, ao longo de duas décadas, fez o papel de arquirrival dos petistas", aponta editorial desta quarta-feira.
"Não se imagina que a aliança possa atrair votos direta e decisivamente. Segundo o Datafolha, 70% dos brasileiros aptos a votar afirmam que ela não alteraria a possibilidade votar no candidato do PT, enquanto 16% se dizem mais propensos a essa opção, e 11%, menos.
Alckmin, cabe lembrar, teve desempenho vexatório com sua candidatura nacional em 2018. O que existe, desde já, é um impacto no campo simbólico, o que está longe de ser desimportante numa eleição", aponta o jornal, que lembra ainda que "governar demandará uma composição política e programática acima do oportunismo eleitoral."
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