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Inelegibilidade de Bolsonaro não mobiliza militância e apoiadores não discutem sucessão nas redes sociais

Jair Bolsonaro recebeu apenas 728 mil menções nas redes sociais no dia de sua condenação, aproximadamente metade do que havia alcançado poucos dias após deixar a Presidência

(Foto: REUTERS/Adriano Machado)

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247 - A inelegibilidade de Jair Bolsonaro (PL) não despertou a mesma energia na militância digital  bolsonarista como visto em situações similares de "tudo ou nada" no passado recente. Nas mensagens compartilhadas ao longo da última semana, houve pouca discussão sobre o sucessor do bolsonarismo para 2026, presença de teorias da conspiração e um sentimento de "desnorteamento" até a condenação. segundo a coluna Sonar, do jornal O Globo, “o ex-presidente recebeu 728 mil menções nas redes sociais no dia de sua condenação, aproximadamente metade do que havia alcançado há seis meses, poucos dias após deixar a Presidência”. 

Os dados, de acordo com a reportagem, foram obtidos a partir de estudos realizados pela agência de análise de dados Bites, com base em publicações nas plataformas Instagram, TikTok, Twitter e blogs, e por pesquisadores das universidades federais da Bahia e de Santa Catarina, focando em grupos e canais do Telegram. 

A mobilização digital do bolsonarismo permaneceu fraca ao longo da semana e foi ofuscada pelos setores de centro e esquerda. As investigações contra o ex-presidente - tanto o inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) quanto a CPM dos atos golpistas do dia 8 de janeiro - explicam em parte esse enfraquecimento, segundo o diretor-adjunto da Bites, André Eler.

Além disso, o palanque perdido com o fim do mandato, quando Bolsonaro tinha acesso à máquina de comunicação do governo federal, viajava pelo país e fazia transmissões ao vivo semanais, também contribuiu para um menor engajamento. “Alguns influenciadores perderam suas contas nas redes devido a decisões judiciais, mas também há uma menor disposição em defender Bolsonaro pela falta de perspectiva de poder”, disse Eler. 

Ainda segundo a reportagem, na quarta-feira, quando o relator do caso no TSE, ministro Benedito Gonçalves, votou pela condenação do ex-presidente por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, o volume de menções chegou a 388 mil. 

No dia 8 de janeiro, quando ocorreu a invasão dos prédios do Poder em Brasília por seus apoiadores, Bolsonaro alcançou o pico de 1,3 milhão de menções. Na semana em que o ex-presidente foi alvo de busca e apreensão pela Polícia Federal, em maio, ele também ultrapassou a marca de 1 milhão de menções. Seu retorno ao Brasil, em março, após um autoexílio nos Estados Unidos, gerou cerca de 700 mil menções. 

No Telegram, uma análise feita pelos pesquisadores Leonardo Nascimento e Paulo Fonseca, da UFBA, e Letícia Cesarino, da UFSC, com base nos 78 maiores grupos de apoiadores de Bolsonaro no aplicativo de mensagens, chegou a conclusão oque  julgamento do TSE foi visto pelos bolsonaristas como parte de uma conspiração para manter a esquerda no poder, não havendo motivos para discutir o sucessor do ex-mandatário em 2026.

“Os pesquisadores não encontraram associações com os governadores Tarcísio de Freitas (SP) e Romeu Zema (MG), considerados sucessores do bolsonarismo para 2026, nem com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ou o senador Sergio Moro (Podemos-PR). No entanto, houve 81 menções à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, indicando a possibilidade de uma sucessão política diante da inelegibilidade”, destaca um trecho da reportagem.

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