Jornalista e escritor gaúcho José Antônio Severo morre aos 79 anos, em São Paulo
Severo, como era conhecido, atuou por mais de 50 anos na imprensa e se destacou, primeiro, como diretor de redação do extinto jornal Folha da Manhã, que circulou em Porto Alegre na década de 1970
Conjur - Jornalista, escritor, produtor cinematográfico, líder de equipes jornalísticas e um grande contador de histórias. Assim era o jornalista José Antônio Severo, gaúcho de Caçapava do Sul, que morreu na madrugada desta sexta-feira (24/9) em São Paulo, aos 79 anos. Ele sofreu uma parada cardíaca durante uma cirurgia.
Severo, como era conhecido, atuou por mais de 50 anos na imprensa e se destacou, primeiro, como diretor de redação do extinto jornal Folha da Manhã, que circulou em Porto Alegre na década de 1970 e conhecido pelo jornalismo investigativo e por revelar grandes talentos, como o repórter Caco Barcellos.
Afetuoso, arguto e reflexivo, Severo tinha uma visão cartesiana do jornalismo. Não perdia tempo com bobagens. Ia direto ao assunto. No comando da sucursal da Gazeta Mercantil, jornal que representava a inteligência da imprensa em Brasília na década de 80, estimulava a equipe a enxergar a conexão entre os interesses da máquina governamental e do cidadão. Formou bons jornalistas e cultivou o sonho de um país melhor.
Juntava a ideia industrial de produzir um jornalismo viável comercialmente com o ideal de buscar uma sociedade igualitária. Como se vê, perdeu tempo.
Ele também foi editor executivo da revista Exame, editor e diretor da Gazeta Mercantil, editor chefe do Jornal da Globo e diretor geral de jornalismo da Rede Bandeirantes. Foi repórter dos jornais O Estado de S. Paulo e O Globo, das revistas Realidade e Veja. Mais recentemente, era articulista do site Os Divergentes, baseado em Brasília.
Escreveu os livros “Os Senhores da Guerra” e “Cem Anos de Guerra no Continente Americano”, “Rios de Sangue / Cinzas do Sul”, e foi produtor e roteirista de longas-metragens baseados em suas obras.
O jornalista era dos grandes contadores da história do Brasil, especialmente da região Sul. Narrava com naturalidade e conhecimento períodos relevantes do povo gaúcho, como lembrou o jornal Correio de Santa Catarina.
O jornalista e escritor deixa a esposa, a cantoa Célia, e será enterrado em sua terra natal, Caçapava do Sul.
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